O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira (29) da inauguração do Centro de Tecnologia e Inovação Agroindustrial da Acelen Renováveis, em Montes Claros, no norte de Minas Gerais. A estrutura, batizada de Acelen Agripark, será dedicada à pesquisa e ao desenvolvimento da palmeira macaúba, matéria-prima escolhida pela companhia para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF) e diesel verde (HVO).
Durante a cerimônia, Lula destacou que o projeto receberá investimento total de US$ 3 bilhões em dez anos, cerca de R$ 16 bilhões, valor que inclui a construção do agriparque, uma biorrefinaria na Bahia e o plantio de macaúba em áreas degradadas de Minas Gerais e da Bahia. “O dia de hoje é muito especial para mim, é a concretização de um sonho”, afirmou o presidente.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a nova unidade deve impulsionar a descarbonização dos setores aéreo e de transporte dentro dos objetivos da Lei do Combustível do Futuro. Segundo ele, o Brasil terá vantagem competitiva: “Produzir macaúba aqui é mais barato do que em qualquer outra parte do mundo”, disse, ao citar o planejamento de 180 mil hectares de cultivos no norte mineiro e no sul baiano.
A construção do Acelen Agripark consumiu R$ 314 milhões, dos quais R$ 258 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A expectativa da empresa é produzir 1 bilhão de litros de SAF por ano a partir de 2028.
Empregos e incentivo a produtores
Estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) calcula a geração de 85 mil empregos em toda a cadeia produtiva do projeto, que integra o Novo PAC do governo federal.
No evento, o CEO da Acelen Renováveis, Luiz de Mendonça, lançou o Programa Valoriza, que prevê parcerias com pequenos e médios agricultores para a produção sustentável de macaúba em Minas Gerais e na Bahia. A companhia estima R$ 900 milhões em incentivos e projeta que pelo menos 20% dos 180 mil hectares de plantio sejam conduzidos por esses produtores.
Imagem: Ricardo Stuckert
Mendonça ressaltou que os combustíveis resultantes não exigem adaptações em motores de caminhões ou turbinas de aviões, substituindo diretamente os derivados fósseis. “Estamos caminhando a passos largos para concretizar nosso primeiro projeto integrado para a produção de combustíveis renováveis”, declarou.
O complexo pertence à Acelen Renováveis, braço de energia do fundo Mubadala Capital, e é considerado pela empresa um marco na transição energética brasileira.
As operações do Acelen Agripark, aliadas à biorrefinaria prevista para a Bahia, formam a base do plano de expansão da companhia no setor de biocombustíveis ao longo da próxima década.
Com informações de Globo Rural
