Responsáveis por grande parte do mercado global de máquinas agrícolas, John Deere, CNH Industrial e AGCO chegaram à Agritechnica 2025, em Hannover, com portfólio mais enxuto e discurso centrado em eficiência e sustentabilidade. O evento, que ocupa 23 pavilhões entre 9 e 15 de novembro, recebe visitantes de mais de 50 países.
Resultados pressionam estratégia
Os balanços recentes explicam a cautela. No terceiro trimestre fiscal de 2025, a Deere & Company registrou queda de 9 % nas vendas e recuo de 26 % no lucro líquido. A CNH Industrial viu o lucro trimestral despencar de US$ 310 milhões para US$ 67 milhões, enquanto a receita industrial recuou 7 %. Já a AGCO Corporation informou redução de 4,7 % na receita global e diminuiu a produção na América do Norte e América do Sul.
Lançamentos destacados
Mesmo com o freio de mão puxado, a feira exibe avanços tecnológicos:
- Case IH Puma 240 – adaptado para etanol hidratado, mantém motor de seis cilindros com ajustes em injeção, compressão e software.
- Fendt séries 700 Gen7.1 e 800 Gen5 – incluem freios hidráulicos auxiliares e sistemas automáticos de limpeza.
- John Deere elétrico de 130 cv – trator 100 % elétrico, arquitetura de 800 volts e operação autônoma.
- ZSHX Advanced Tractors – modelo elétrico chinês de 100 mil euros, cerca de metade do preço dos concorrentes europeus.
- Deutz-Fahr ADAS – pacote de assistência ao operador com detecção de obstáculos e reconhecimento de sinalização.
Tendência de transição
Para o engenheiro suíço Roger J. Stirnimann, o setor migra de exigências ambientais para metas de eficiência e sustentabilidade. O movimento mantém a inovação em ritmo mais controlado até que a demanda volte a ganhar fôlego.
Imagem: DLG Agritechnica
Lá fora, o termômetro marca 5 °C; nos pavilhões, motores elétricos, sistemas híbridos e plataformas autônomas aquecem o público, formado inclusive por famílias alemãs que lotam os corredores em busca das novidades.
Com informações de Globo Rural
