O agronegócio brasileiro apresentou posição unificada durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém, segundo a diretora executiva do evento, Ana Toni. A avaliação foi feita nesta quarta-feira (3/12), em São Paulo, durante o CBN Talks, que discutiu os “Desafios do Agro”.
De acordo com Toni, havia receio de que o país chegasse à cúpula climática dividido, mas o resultado foi o contrário. “O agro brasileiro chegou coeso e aproveitou essa oportunidade única de maneira muito concreta”, declarou no painel de abertura.
Entre os avanços destacados, ela mencionou a aliança pró-biocombustíveis formada por 29 países e a apresentação de ações nacionais de agricultura regenerativa. “Conseguimos entregar 29 decisões por consenso em temas que fazem diferença para as pessoas. O setor se organizou bem e mostrou que é parte da solução, não do problema”, afirmou a ex-secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente.
Toni ponderou, contudo, que percebe “dois agros” no país: um focado em práticas sustentáveis e outro mais voltado a discursos políticos.
No mesmo painel, Sueme Mori apontou que persiste grande desinformação sobre o agronegócio brasileiro dentro e fora do país. Segundo ela, na Europa, tenta-se aplicar padrões de clima temperado ao sistema tropical, o que considera inviável.
Imagem: Daniel Azevedo Duarte
Já o presidente eleito da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Ingo Plöger, avaliou que a atual onda de nacionalismos dificulta o comércio internacional. Para ele, a biodiversidade brasileira pode ser um diferencial na reconfiguração econômica global.
Com informações de Globo Rural
