Pular para o conteúdo
Início » Dívida da Agrogalaxy cai 60% após recuperação judicial, mas receita recua 76% no 2º trimestre

Dívida da Agrogalaxy cai 60% após recuperação judicial, mas receita recua 76% no 2º trimestre

Publicidade

A Agrogalaxy apresentou, no primeiro balanço divulgado depois da aprovação de seu plano de recuperação judicial, uma redução de 60% no endividamento líquido e forte queda de 76,2% na receita do segundo trimestre encerrado em 30 de junho.

Endividamento e liquidez

A dívida líquida, já a valor presente, somava R$ 1,6 bilhão, composta por R$ 933,9 milhões em empréstimos bancários e R$ 848 milhões com fornecedores, menos um caixa de R$ 149,8 milhões. Do total, 87% foi alongado para o longo prazo conforme o plano aprovado em abril e homologado em maio, medida que elevou o índice de liquidez corrente de menos de 1 vez, no primeiro trimestre, para 3,09 vezes.

O acordo com credores prevê ainda a conversão de pelo menos R$ 280 milhões — podendo chegar a R$ 300 milhões — em participação societária por meio de debêntures conversíveis a serem emitidas em até três anos.

Desempenho operacional

A receita líquida trimestral caiu para R$ 251,2 milhões. O resultado reflete, principalmente, a retração das vendas de grãos, que encolheram 84% e totalizaram R$ 137,1 milhões, depois que muitos produtores optaram por negociar com outras empresas durante as tratativas de recuperação judicial.

Publicidade

O faturamento com insumos recuou 43,2%, para R$ 114 milhões, pressionado pela estratégia de escoar estoques antigos, o que comprimiu margens.

O prejuízo líquido atingiu R$ 136,1 milhões, retração de 62,5% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. O Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 96,9 milhões, contra resultado negativo de R$ 83,4 milhões um ano antes.

Crédito e inadimplência

Segundo o CEO Eron Martins, o índice de inadimplência acumulado desde o início do ano recuou 14 pontos percentuais e encerrou o trimestre em 5,4%. A companhia concentrou concessões em clientes com menor risco de crédito e fatores climáticos, além de reforçar a cobrança ativa.

Perspectivas

No acumulado do semestre, a receita líquida alcançou R$ 592,4 milhões. A empresa mantém a meta de atingir R$ 1 bilhão em 2025. A carteira de pedidos fechou junho em R$ 325 milhões; mais de um terço desse montante foi entregue nos primeiros 40 dias do terceiro trimestre.

Conrado Sunfeld, diretor financeiro, destacou que, embora a margem do trading de grãos tenha melhorado, o volume reduzido não foi suficiente para diluir os custos fixos, resultado do encolhimento da operação após o fechamento de lojas e o cancelamento de compras pelos produtores.

Mesmo após as grandes reduções de despesas administrativas realizadas, a companhia segue ajustando custos enquanto busca recuperar participação de mercado.

Com informações de Globo Rural

Publicidade

Deixe um comentário