O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou neste sábado (9) que a principal meta do governo brasileiro é derrubar a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos nacionais, deixando a retaliação em segundo plano.
Durante visita à concessionária Guará Motor, em Guaratinguetá (SP), Alckmin declarou que o aumento das alíquotas “é injusto” e prejudica consumidores dos dois países. “A prioridade não é retaliar, é resolver”, disse o vice-presidente.
Plano de contingência em elaboração
Segundo Alckmin, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve apresentar no início da próxima semana um plano de contingência com medidas mitigatórias voltadas às empresas brasileiras mais expostas ao mercado norte-americano. A equipe econômica avalia caso a caso para delimitar o alcance das ações, que devem ser divulgadas até terça-feira (11).
Tarifas desproporcionais
O ministro destacou que, dos dez produtos que o Brasil mais compra dos Estados Unidos, oito entram no país sem qualquer tarifa, enquanto a média aplicada pelo Brasil sobre itens norte-americanos é de 2,7%. “Não faz sentido os EUA adotarem 50% contra nossos produtos”, afirmou, lembrando que Washington mantém superávit comercial com Reino Unido, Austrália e Brasil.
Alckmin apontou que 36% do comércio bilateral está diretamente afetado pelo novo imposto. Ele também citou possíveis frentes de negociação, como regulação de big techs, acesso a minerais críticos e política de data centers.
Imagem: Cadu Gomes via globorural.globo.com
Origem do ‘tarifaço’
A sobretaxa foi oficializada por ordem executiva do presidente norte-americano Donald Trump, acrescentando 40% aos 10% anunciados em abril. A tarifa total de 50% entrou em vigor em 6 de agosto.
Com informações de Globo Rural
