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Área coberta por seguro rural cai pela metade em meio a cortes de subsídio e aumento de eventos climáticos extremos

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O Brasil registra redução acelerada na contratação de seguros rurais ao mesmo tempo em que fenômenos climáticos extremos se tornam mais frequentes e severos. Dados do setor mostram que a área segurada despencou de 14 milhões para cerca de 7 milhões de hectares em um ano e pode recuar para menos de 5 milhões de hectares em 2025, o equivalente a menos de 6,5% da área cultivada no país.

Um dos principais fatores para a retração é o corte orçamentário no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Dos R$ 1,06 bilhão aprovados para 2025, aproximadamente R$ 445 milhões foram bloqueados. Sem o subsídio federal, o preço das apólices torna-se inviável, sobretudo para produtores de médio porte.

Especialistas observam que o problema vai além da falta de verba. O seguro ainda não foi totalmente integrado a uma política de gestão de risco agroclimático. Sem governança interna adequada, muitas empresas rurais contratam cobertura de modo reativo, com baixa adesão e prêmios menos competitivos.

Governança reduz custos e melhora negociação

Produtores que contam com conselhos consultivos, comitês de risco, registros técnicos confiáveis e histórico de produtividade conseguem negociar condições mais favoráveis. A adoção de boas práticas, controle de insumos e avaliação precisa da exposição climática tornam o risco mensurável, o que se reflete em prêmios mais ajustados e coberturas apropriadas.

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Esse mesmo aparato de governança permite ao produtor decidir se vale a pena contratar seguro, diversificar culturas, alterar calendários de plantio, investir em irrigação ou criar fundos de reserva. Empresas estruturadas também ganham em acesso a crédito e a mercados que exigem comprovação de sustentabilidade e resiliência.

Área coberta por seguro rural cai pela metade em meio a cortes de subsídio e aumento de eventos climáticos extremos - Imagem do artigo original

Imagem: globorural.globo.com

Recomendações para setor público e privado

No campo público, especialistas defendem previsibilidade orçamentária, critérios técnicos de priorização e mecanismos autônomos de fiscalização para o PSR. Já no privado, a recomendação é abandonar práticas improvisadas e adotar processos de decisão alinhados ao ambiente de risco crescente.

Em um cenário em que o clima adverso deixa de ser exceção, tratar o seguro rural como item secundário do orçamento é visto como arriscado. Contudo, mantê-lo como solução isolada também se mostra insuficiente. Para que o instrumento cumpra seu papel de proteção, produtores e governo precisam fortalecer estruturas de governança capazes de transformar risco climático em fator controlável.

Com informações de Globo Rural

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