O mercado brasileiro de boi gordo terminou novembro com preços pouco movimentados, refletindo a cautela dos compradores diante das incertezas sobre a demanda externa, especialmente da China. Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, a expectativa pelo resultado de uma investigação chinesa sobre o impacto das importações de carne bovina na produção local conteve reajustes mais firmes nas negociações.
A decisão do governo chinês, inicialmente prevista para 26 de novembro, foi adiada para janeiro de 2026. O prolongamento trouxe alívio momentâneo aos operadores, mas, no mercado físico, frigoríficos testaram valores menores em várias regiões.
Possível suporte vindo dos Estados Unidos
Iglesias avalia que o recuo no mercado futuro abriu espaço para recuperação, especialmente com a previsão de retomada das compras norte-americanas. Para Felipe Fabbri, coordenador de inteligência de mercado da Scot Consultoria, a redução tarifária para a carne bovina brasileira a partir de janeiro e a sazonalidade da demanda dos EUA podem sustentar as cotações no curto prazo.
Variação da arroba nas principais praças
Na modalidade a prazo, os preços observados em 28 de novembro, comparados ao fechamento de 31 de outubro, foram:
- São Paulo (capital): R$ 325 – estabilidade;
- Goiás (Goiânia): R$ 320 – sem variação;
- Minas Gerais (Uberaba): R$ 315 – alta de 1,61% (ante R$ 310);
- Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 320 – queda de 3,03% (ante R$ 330);
- Mato Grosso (Cuiabá): R$ 300 – recuo de 1,64% (ante R$ 305);
- Rondônia (Vilhena): R$ 280 – baixa de 3,45% (ante R$ 290).
Atacado registra avanço nos cortes
No atacado, a demanda típica do último bimestre impulsionou os preços em novembro. O quarto traseiro foi cotado a R$ 25,50/kg, aumento de 2% frente ao fim de outubro, enquanto o quarto dianteiro subiu 4,4%, para R$ 19,00/kg.
Imagem: Giro do Boi
Exportações em ritmo acelerado
Dados da Secretaria de Comércio Exterior indicam que, nos primeiros 14 dias úteis de novembro, o país embarcou 238,219 mil toneladas de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada, com receita de US$ 1,308 bilhão. A média diária de US$ 93,437 milhões superou em 59,7% o desempenho de igual mês de 2024, enquanto o volume médio diário cresceu 41,7% e o preço médio da tonelada avançou 12,7%, para US$ 5.491,20.
Para dezembro, agentes de mercado acompanham a evolução das compras chinesas e o retorno das importações norte-americanas para calibrar as expectativas de preço da arroba.
Com informações de Canal Rural
