Brasília – O governo brasileiro pretende apresentar o agronegócio nacional como aliado no combate às mudanças climáticas durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para 2025 em Belém, no Pará.
De acordo com o embaixador André Côrrea do Lago, presidente da COP30, a intensificação dos eventos climáticos extremos evidencia a necessidade de soluções urgentes. “O impacto está mais grave do que se imaginava”, afirmou, alertando para o risco de atingir o , momento em que os efeitos se tornam irreversíveis.
Agro como parte da solução
O chefe da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa, Marcelo Morandi, destacou vantagens competitivas do país. “Temos uma matriz elétrica e energética favorável, com forte participação de bioenergia, hidrelétricas, biomassa e biocombustíveis”, disse.
Dados da Embrapa indicam que propriedades rurais mantêm 282,8 milhões de hectares de vegetação nativa, o equivalente a 33,2% do território nacional. Segundo o professor emérito da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, o Código Florestal de 2012 obriga a preservação de 80% da área na Amazônia, 35% no Cerrado e 20% nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Ele defende projetos que remunerem produtores pelo carbono estocado nas florestas mantidas.
Cenário global de aquecimento
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) informou que 2024 registrou a temperatura média global 1,55 °C acima dos níveis pré-industriais, tornando-se o ano mais quente da série histórica. O dióxido de carbono, que permanece na atmosfera por cerca de um século, é apontado como principal gás responsável, emitido sobretudo pela queima de petróleo e carvão nos setores de energia, transporte e indústria.
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Expectativa para a conferência
A COP30 será a primeira edição do evento climático realizada no Brasil. Mais de 190 países são esperados em Belém para discutir compromissos de redução de emissões, envolver a sociedade civil e promover inovações sustentáveis. Para o governador do Pará, Elder Barbalho, a conferência “é uma grande oportunidade de chamar líderes globais, comunidade científica e sociedade civil a construir soluções na Amazônia”.
A realização em Belém busca reforçar o discurso de que a produção agropecuária brasileira pode coexistir com a conservação ambiental e contribuir para metas climáticas internacionais.
Com informações de Canal Rural