O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Guilherme Campos Júnior, afirmou nesta segunda-feira (11) que o Brasil ganha força no mercado agropecuário internacional enquanto os Estados Unidos lidam com uma grave crise de influenza aviária e alta de preços de alimentos.
Durante a abertura do 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio (Abag), em São Paulo, Campos destacou que a doença levou ao abate de quase 180 milhões de aves em território norte-americano, reduzindo a oferta e elevando os preços. No Brasil, o único foco registrado foi controlado no Rio Grande do Sul, com 17 mil aves eliminadas.
“A inflação dos alimentos lá está no auge. Faltaram ovos nos Estados Unidos”, disse o secretário. Ele acrescentou que o controle sanitário brasileiro colocou o país “em outro patamar” e reforçou o protagonismo do agronegócio nacional, resultado de ações construídas ao longo de várias gerações.
Campos também observou que o crescimento brasileiro incomoda concorrentes e que, ao alcançar relevância, outros países recorrem a “armas e ferramentas alternativas” para disputar mercado.
Energia e crédito de carbono
Ao abordar a transição energética, o secretário lembrou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), iniciado na década de 1970, e afirmou que o Brasil é referência mundial em energia renovável. “O maior showroom da transição energética do mundo está aqui”, disse.
Financiamento para recuperação de terras
Campos anunciou o resultado do leilão internacional do programa Brazilian Greenway, que mobilizou US$ 30,2 bilhões em fundos destinados à recuperação de áreas degradadas, com aplicação mínima prevista de US$ 1,4 bilhão. “São recursos colocados à disposição do produtor para que o agro brasileiro possa estar cada vez mais forte”, afirmou.

Imagem: Seagri via canalrural.com.br
Agregação de valor a produtos
Entre as iniciativas para aumentar o valor agregado, o secretário citou os setores de café e cana-de-açúcar. Dirigindo-se ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), presente ao evento, declarou: “Vamos agregar valor ao café. Sua Majestade, o café”.
Ao encerrar sua participação, Campos previu que o Brasil “sairá dessa situação muito maior e mais forte”, atribuindo esse cenário à competência da cadeia do agronegócio e à integração entre os diversos níveis de governo.
Com informações de Canal Rural