As emissões de metano do Brasil somaram 21,1 milhões de toneladas em 2023, o segundo maior volume da série histórica. O dado consta em levantamento divulgado nesta terça-feira (data da divulgação) pelo Observatório do Clima, com base no Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG).
De todo o total liberado no ano passado, 14,5 milhões de toneladas têm origem na atividade pecuária, estabelecendo um recorde para o setor. O metano é considerado um gás com potencial de aquecimento global 28 vezes superior ao do dióxido de carbono (CO2) em um intervalo de cem anos, ainda que permaneça na atmosfera por período menor, entre 10 e 20 anos.
Acordos internacionais
O estudo foi elaborado para acompanhar as metas climáticas assumidas pelo Brasil na COP26, em Glasgow, em 2021. Na ocasião, o país comprometeu-se a reduzir em 30% suas emissões de metano até 2030.
Atualmente, o Brasil figura como o quinto maior emissor mundial desse gás, ficando atrás de China, Estados Unidos, Índia e Rússia.
Medidas sugeridas
Para alcançar a meta estabelecida, o Observatório do Clima sugere:
Imagem: Globo Rural
- melhorar a dieta animal por meio de manejo adequado de pastagens;
- adotar programas de melhoramento genético do rebanho;
- aumentar o abate precoce, de forma que 85% dos bovinos destinados ao corte tenham até 30 meses de idade em 2035;
- incluir aditivos alimentares na ração de até 45% do rebanho nacional.
Segundo o coordenador do SEEG, David Tsai, o Brasil precisará, simultaneamente, investir em regeneração florestal, recuperação de solos e expansão das energias renováveis, além de enfrentar desafios ligados à magnitude da pecuária, à gestão de resíduos sólidos e à pobreza energética.
Com informações de Globo Rural
