São Paulo — A Brasilagro pretende ampliar, ainda em 2025, o volume de soja entregue com condição SIF (posto porto) para até 60 mil toneladas, o dobro do realizado no ciclo anterior. A iniciativa busca reduzir o peso do frete no custo final do grão, informou Eduardo Marrey, gerente comercial da companhia, durante o Brasilagro Day, evento voltado a investidores na capital paulista.
De acordo com Marrey, a logística representa hoje 17% do preço da soja. As tradings, impactadas por contratos ferroviários no modelo take or pay, passaram a pressionar valores de transporte, o que levou a empresa a assumir a própria operação. “Optamos por ficar com o risco logístico”, afirmou.
O presidente da Brasilagro, André Guillaumon, explicou que a estratégia só é viável fora do pico da safra, em março e abril, quando a disputa por espaço nos terminais portuários provoca filas de caminhões. Segundo ele, a execução depende da capacidade de armazenagem disponível ao longo do ano.
No ciclo 2024/25, a autogestão da logística gerou economia de R$ 631,7 mil. A movimentação de 16,5 mil toneladas teria custado R$ 4,24 milhões pelo valor de mercado; a Brasilagro desembolsou R$ 3,61 milhões. O período de colheita esse ano durou 60 dias, o dobro do habitual, em razão de chuva intensa e alta umidade, o que elevou os gastos com frete e obrigou o uso de armazéns mais distantes.
Imagem: Theo Marques
Para o milho, a companhia tem priorizado a entrega em usinas próximas às áreas produtoras. Marrey acrescentou que, apesar do plano de dobrar a soja SIF, o volume ainda representa parcela pequena do total comercializado pela empresa. Ele avalia que investir em novos armazéns, com custos considerados altos, não compensa no cenário atual.
Com informações de Globo Rural