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Café produzido após digestão do jacu atinge R$ 1.600 o quilo no Espírito Santo

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Um dos cafés mais raros do país nasce de um processo pouco comum: o fruto é ingerido pelo jacu, ave da Mata Atlântica, passa pelo trato digestivo e, depois de expelido, dá origem a grãos que chegam a custar em média R$ 1.600 o quilo.

A produção ocorre na Fazenda Camocim, em Domingos Martins, região serrana do Espírito Santo, a cerca de 50 quilômetros de Vitória. O proprietário, o produtor rural Henrique Sloper, explica que o pássaro exerce três papéis na lavoura: indica o ponto ideal de colheita, seleciona apenas frutos maduros e ajuda a reflorestar ao dispersar sementes.

Processo totalmente manual

Após a digestão, os grãos crus são expulsos em blocos que lembram um pé-de-moleque. Como o resíduo contém sementes de outras frutas, a triagem precisa ser feita manualmente. “Não dá para processar como café convencional; é preciso separar grão por grão”, afirma Sloper, justificando o valor elevado do produto.

Sabor suave e menos cafeína

Durante a passagem pelo sistema digestivo, ocorre uma fermentação natural que suaviza o sabor, elimina o amargor e reduz o teor de cafeína em cerca de 70%, classificando a bebida como “low coffee”.

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Produção limitada e turismo

A disponibilidade depende exclusivamente do comportamento alimentar do jacu. Enquanto a fazenda colhe cerca de 230 toneladas de café comum por ano, o volume do café especial não ultrapassa três toneladas. A raridade atrai turistas interessados em acompanhar a coleta e provar a iguaria, transformando a propriedade em ponto de visitação.

Fomento à conservação

Com manejo baseado em agricultura regenerativa, a fazenda preserva áreas de Mata Atlântica que abrigam a ave, reforçando a importância da integração entre fauna silvestre e produção agrícola.

Com informações de Canal Rural

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