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Cafezais familiares das Matas de Rondônia capturam mais carbono do que liberam, revela Embrapa

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Um levantamento inédito da Embrapa confirmou que os cafezais cultivados por agricultores familiares nas Matas de Rondônia apresentam balanço de carbono positivo. Segundo a pesquisa, cada hectare de café robusta amazônico retira da atmosfera, em média, de duas a três vezes mais dióxido de carbono (CO₂) do que emite.

Metodologia

Para estimar as emissões, mais de 250 produtores foram entrevistados sobre o uso de fertilizantes nitrogenados, calcário e combustível. Em paralelo, 150 plantas adultas oriundas de 15 propriedades passaram por análise de biomassa — raízes, caules, folhas e frutos foram coletados, pesados e avaliados em laboratório.

Resultados

Os dados indicaram que, anualmente, cada hectare de café sequestra aproximadamente 7 toneladas de CO₂, enquanto as práticas de manejo geram cerca de 3 toneladas. O saldo final é de 4 toneladas de carbono removidas da atmosfera por hectare ao ano.

Implicações econômicas

Carlos Ronquim, pesquisador da Embrapa Territorial, destacou que o resultado pode abrir portas para financiamentos com juros reduzidos e, futuramente, para a comercialização de créditos de carbono, desde que os produtores comprovem redução contínua de emissões.

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Principais fontes de emissões

Cerca de 80% das emissões observadas vêm dos adubos nitrogenados. Entre as alternativas sugeridas para diminuir esse impacto estão a substituição parcial por fertilizantes orgânicos, o uso de inoculantes microbiológicos, a divisão da adubação em mais parcelas e o plantio de leguminosas entre as fileiras de café, práticas que também favorecem a qualidade do solo.

Mapeamento da área

O estudo realizou ainda o mapeamento completo das lavouras de café na região: 35 mil hectares localizados dentro de uma área total de 4,2 milhões de hectares de Matas de Rondônia. Entre 2021 e 2025, o índice de desmatamento registrado foi de apenas 0,1%, percentual que atende aos requisitos da nova legislação europeia sobre importação de commodities sem vínculo com desmatamento.

O pesquisador concluiu que o desempenho ambiental e o baixo desmatamento reforçam a capacidade do café de Rondônia de acessar mercados exigentes e agregam valor ao produto.

Com informações de Canal Rural

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