O taurino Caracu, introduzido no Brasil há cerca de cinco séculos, destaca-se como uma das principais alternativas para a pecuária extensiva em regiões quentes do país, segundo o zootecnista Alexandre Zadra. A avaliação foi apresentada nesta terça-feira (16) no quadro Giro do Boi Responde, em resposta a questionamento do pecuarista Natan Eduardo, de Mirante (MA).
Seleção natural moldou a adaptação
Zadra explicou que a raça descende de bovinos ibéricos trazidos ao Brasil há 500 anos. Sobreviveram os animais mais resistentes às altas temperaturas, resultando em um rebanho com características fisiológicas favoráveis ao trópico.
Principais atributos do Caracu
Entre os fatores que conferem adaptação ao calor, o especialista destacou:
- Couro espesso – barreira natural contra carrapatos, praga que causa prejuízos bilionários à pecuária nacional;
- Pelos curtos – facilitam a troca de calor, mantendo a temperatura corporal estável no pasto;
- Vascularização intensa – permite dissipar calor com maior eficiência em comparação a outras raças taurinas de clima frio.
Essas características permitem que touros Caracu cubram vacas a pasto em regiões do Centro-Norte sem sofrer estresse térmico, vantagem que não se observa em europeus não adaptados.
Cruzamento industrial
A rusticidade do Caracu torna a raça uma das mais indicadas para cruzamento com o zebuíno Nelore. O resultado é o meio-sangue que agrega a adaptação do zebu à qualidade de carcaça e precocidade do taurino, elevando a rentabilidade do sistema de produção.
Imagem: Internet
Ao lado do Senepol, o Caracu figura entre as raças mais recomendadas para pecuária extensiva nos trópicos, graças à combinação de fertilidade, desempenho a pasto e produção de bezerros valorizados no mercado.
Com informações de Canal Rural
