Após 12 dias de debates em Belém (PA), a 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) terminou neste fim de semana com a adoção do Pacto de Belém. O documento reúne 29 decisões firmadas por 195 delegações e define diretrizes para avançar a implementação do Acordo de Paris.
Financiamento e adaptação
Entre os principais pontos, os países concordaram em triplicar os recursos destinados à adaptação até 2035. Também foi concluído o Roteiro de Adaptação de Baku, que organizará trabalhos até 2028, e aprovados 59 indicadores voluntários para acompanhar a Meta Global de Adaptação em áreas como água, saúde, ecossistemas e infraestrutura.
Na frente financeira, a conferência “tomou nota” do Roteiro de Baku a Belém, que busca elevar o fluxo anual de financiamento climático a US$ 1,3 trilhão até 2035. Outro resultado foi o lançamento do Quadro de Responsabilização do Financiamento Climático Global, criado para ampliar transparência e mensuração de apoio climático.
Comércio e transição energética
As partes reforçaram a necessidade de evitar que medidas ambientais se convertam em barreiras comerciais. Para isso, inauguraram um processo de diálogo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e a Câmara de Comércio Internacional (CCI).
Foram anunciados ainda os Roteiros de Belém voltados a florestas e combustíveis fósseis. As iniciativas visam deter o desmatamento e orientar transições energéticas de acordo com as circunstâncias nacionais.
Proteção de florestas e oceanos
No âmbito de natureza, entrou em operação o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre, que mobilizou US$ 6,7 bilhões na fase inicial para pagamentos de longo prazo ligados à conservação de florestas tropicais.
Imagem: Agência Pará
Outras ações reforçaram a cooperação em agroecologia, restauração e proteção de ecossistemas. Além disso, 17 países aderiram ao Desafio Azul NDC, ampliando compromissos voltados à relação entre oceano e clima.
Próximos passos
Com o Pacto de Belém aprovado, o Brasil permanece na presidência da COP até novembro de 2026. A próxima etapa concentra‐se na entrega dos resultados e na aceleração da execução das metas acordadas.
Com informações de Globo Rural