Uma missão oficial comandada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, embarca para o México no início desta semana com o objetivo de negociar novas parcerias comerciais. A viagem ocorre no contexto do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, que hoje atinge 36% das exportações brasileiras para aquele mercado.
De acordo com Alckmin, os setores industriais mais impactados pelas tarifas norte-americanas incluem têxteis, máquinas e equipamentos. Diante desse cenário, o governo busca abrir novos destinos para parte das vendas externas e anunciará medidas de apoio às empresas mais prejudicadas.
Setores com potencial no México
Entre os segmentos que podem reforçar o intercâmbio bilateral estão biocombustíveis, combustível sustentável de aviação (SAF) e agroindústria. “Temos uma corrente de comércio com o México muito significativa”, afirmou o vice-presidente, em evento do Partido dos Trabalhadores, em Brasília, no sábado.
Desempenho do agronegócio em 2024
No ano passado, o agronegócio brasileiro enviou ao mercado mexicano 3,23 milhões de toneladas em produtos, somando US$ 2,92 bilhões em receitas, segundo o sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura. Os cinco principais grupos exportadores foram:
- Carnes – US$ 881,2 milhões (310,38 mil t)
- Complexo soja – US$ 699,3 milhões (1,603,23 mil t)
- Produtos florestais – US$ 571,75 milhões (893,14 mil t)
- Café – US$ 307,98 milhões (81,19 mil t)
- Complexo sucroalcooleiro – US$ 98,99 milhões (174,12 mil t)
Frango liberado e disputa no café
O México retirou no início de julho o embargo à carne de frango brasileira imposto após um foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul. O país é o oitavo maior comprador do produto do Brasil, que embarcou 86,8 mil toneladas entre janeiro e maio, volume 44,8% superior ao do mesmo período de 2024.
Imagem: Cadu Gomes
Já no café solúvel, os mexicanos são o segundo maior fornecedor mundial e podem ganhar espaço no mercado norte-americano diante das tarifas que afetam o Brasil. O setor tenta incluir o produto na lista de exceções dos Estados Unidos, a exemplo do suco de laranja.
Em 31 de julho, os governos de Donald Trump e da presidente mexicana, Claudia Scheinbaum, concordaram em suspender por 90 dias a cobrança de tarifas para negociar ajustes nas relações bilaterais.
Com informações de Globo Rural
