A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) planeja estender sua rede de apoio a startups do agronegócio para além da região Sudeste. A expansão mira principalmente o Norte e o Nordeste, áreas que concentram menor número de agtechs e carecem de ambientes de validação tecnológica.
A presidente da estatal, Silvia Massruhá, explicou que os 43 centros de pesquisa distribuídos pelo país podem funcionar como bases para receber empreendedores. “Nossa ideia é replicar esse modelo na Amazônia e no Nordeste”, afirmou.
Modelo já testado em São Paulo
O projeto se inspira no Agnest, fazenda-laboratório instalada em Jaguariúna (SP). Operando em 66 hectares desde 2022, a estrutura foi criada pela Embrapa Meio Ambiente em parceria com o Banco do Brasil e permite que startups testem serviços e produtos em condições reais de campo. Massruhá destaca que o espaço representa “o primeiro laboratório vivo para o agronegócio” no país.
Crescimento das agtechs
Dados do Radar Agtech mostram que o número de startups do setor saltou 75,2% nos últimos cinco anos: de 1.125, em 2019, para 1.972 atualmente. Após um período de forte expansão, o movimento desacelerou com o fechamento de empresas que tentaram escalar rápido demais, apontou a executiva. Segundo ela, o segmento vive agora uma fase de maior maturidade.
Verba em queda
O avanço dos planos, no entanto, esbarra na redução do orçamento da Embrapa. A companhia opera hoje com cerca de R$ 160 milhões, equivalente a 20% do valor disponível há dez anos, quando recebia R$ 800 milhões. Para atender às demandas de pesquisa, desenvolvimento e suporte às startups, Massruhá calcula que seriam necessários pelo menos R$ 500 milhões.
Imagem: Maria Cecília Zitto
Desde que assumiu a presidência em 2023, a dirigente negocia recursos adicionais. No ano passado, a dotação pública chegou a R$ 350 milhões, cifra ainda distante da meta, mas superior à executada anteriormente. “Sem verba, menos projetos são colocados em prática ou demoram mais para rodar”, reforçou.
Com informações de Globo Rural
