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Embrapa lança aplicativo gratuito que mapeia pragas da macadâmia

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A Embrapa Meio Ambiente, de Jaguariúna (SP), colocou no ar o InsetoNutWeb, aplicativo gratuito destinado ao mapeamento de insetos e ácaros que afetam ou protegem o cultivo de macadâmia no Brasil.

Disponível para computadores e tablets com sistemas iOS e Android, a ferramenta reúne dados sobre entomofauna e acarofauna registradas em pomares nacionais e estrangeiros, permitindo consulta a fotos, hábitos alimentares e partes da planta onde cada espécie foi encontrada.

Como foi desenvolvido

O programa foi elaborado pela analista Cláudia Crecci, com participação das pesquisadoras Jeanne Prado e Maria Conceição Pessoa, da Embrapa Meio Ambiente, e do engenheiro agrônomo Leonardo Moriya, da QueenNut, parceira do projeto. O levantamento de campo ocorreu entre 2020 e 2025 em Dois Córregos (SP), importante polo produtor, nas cultivares IAC 4-12B e HAES 333. Ramos, folhas, racemos e frutos coletados foram analisados no Laboratório de Entomologia e Fitopatologia da Embrapa.

O trabalho identificou pragas e espécies benéficas em 19 países produtores de macadâmia: Austrália, África do Sul, China, Colômbia, Coreia, Costa Rica, Egito, Estados Unidos (Havaí), Guatemala, Índia, Irã, Israel, Malaui, Nova Zelândia, Paraguai, Quênia, Reino Unido, Tailândia e Vietnã. Desse universo, 18 espécies exóticas foram classificadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária como Pragas Quarentenárias Ausentes (PQA) de risco iminente de entrada no Brasil.

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Funcionalidades

Segundo Jeanne Prado, o InsetoNutWeb oferece interface interativa que facilita a identificação em campo. Já Maria Conceição Pessoa ressalta que o banco de dados sobre pragas presentes no exterior ajuda a planejar ações preventivas para evitar a chegada de organismos ainda não registrados no país.

Cenário da cultura

Com cerca de 5 mil hectares cultivados, a macadâmia concentra metade da produção nacional em São Paulo, especialmente em Dois Córregos. O Espírito Santo responde por 30% e Minas Gerais, por 25%. A safra brasileira, que atingiu 8,5 mil toneladas em 2019, recuou 30% em 2025, ficando abaixo de 4 mil toneladas devido a calor e seca na florada. Pela primeira vez em três décadas, 90% da colheita foi consumida no mercado interno.

Embrapa lança aplicativo gratuito que mapeia pragas da macadâmia - Imagem do artigo original

Imagem: Leonardo Moriya via globorural.globo.com

Potencial e custos

Dados do International Nut & Dried Fruit Council mostram que, entre 2008 e 2018, o consumo mundial de castanhas e nozes subiu 55% e 43%, respectivamente, em economias médias e altas, grupo que inclui o Brasil. Hoje há pomares comerciais em Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

O investimento inicial para implantar o cultivo gira em torno de R$ 15 mil por hectare, com custos anuais de até R$ 25 mil. Em safras favoráveis, a receita pode chegar a R$ 50 mil por hectare, com produtividade entre 3 e 5 toneladas – acima da média mundial de 2,5 toneladas. A noz beneficiada alcança R$ 180 por quilo no mercado interno, enquanto o preço internacional é de cerca de US$ 3. Apesar de o país figurar entre os dez maiores produtores, sua participação não chega a 3% do volume global.

De acordo com a Embrapa, o acervo reunido no InsetoNutWeb servirá para treinamentos, programas de manejo integrado de pragas e políticas de defesa fitossanitária voltadas a culturas com suporte insuficiente, caso da macadâmia.

Com informações de Globo Rural

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