Natal (RN) – O paulistano Bruno Talarico Silva, 40 anos, deixou o setor administrativo de uma emissora de TV em São Paulo para empreender no Nordeste. Onze anos depois da mudança, a agroindústria Sabor de Coco, fundada por ele na Grande Natal, concluiu sua primeira operação internacional ao enviar 1,5 tonelada de chips de coco para Portugal em janeiro de 2025.
O embarque, embalado em caixas de 1,5 kg, foi viabilizado com o apoio conjunto do programa agro.BR, mantido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Da banca de açaí ao mercado externo
Ao chegar a Natal, Bruno iniciou um pequeno comércio de açaí. A concorrência elevada no segmento fez o empreendedor identificar uma lacuna: faltava oferta de cobertura de coco com padrão regular para os clientes. Ele passou então a comprar fruto de agricultores familiares da região e criou uma linha de coco ralado, chips e leite de coco.
Em 2022, o empresário participou de um curso da ApexBrasil para se qualificar em comércio exterior. Na sequência, ingressou no agro.BR, onde recebeu treinamentos sobre logística, tributação, formação de preços e adequação de rotulagem. Também integrou rodadas de negócios e levou seus produtos à feira Fruit Attraction, em Madri, aproximando-se de potenciais compradores estrangeiros.
Próximos passos
Com a experiência inicial, Bruno busca novas certificações e negocia um segundo carregamento para Portugal. Há tratativas avançadas com Espanha e Romênia, além do envio de amostras ao Canadá. A empresa obteve registro da Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos, mas a elevação tarifária no país ainda impede a conclusão de contratos.

Imagem: Divulgação
Expansão acelerada
De acordo com o fundador, a receita cresce acima de dois dígitos ao ano. A Sabor de Coco processa atualmente 300 kg de fruta por dia, trabalha com quatro fornecedores e mantém oito empregos diretos. Para atender à demanda, uma nova linha de produção será instalada em município vizinho a Natal.
Bruno Talarico atribui o resultado ao suporte técnico recebido nos programas de exportação. “O atendimento foi profissional e focado no desenvolvimento do negócio”, afirma, citando o trabalho da consultora Amanda Lopes, responsável pelo agro.BR no Rio Grande do Norte.
Com informações de Globo Rural