O médico-veterinário Axel Hergesel, 31 anos, voltou à sala de aula onde começou sua trajetória profissional. Especialista em anestesia e acupuntura de pequenos animais, ele divide a rotina na clínica de Itapetininga (SP) com as aulas no programa Jovem Agricultor do Futuro (JAF), iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de São Paulo (Senar-SP) criada em 2006.
Hergesel foi selecionado para o JAF em 2008, aos 14 anos. Quinze anos depois, leciona no mesmo projeto que o ajudou a planejar a carreira. “Naquela época tivemos de escrever onde queríamos estar em cinco e dez anos. Isso me deu direção”, recorda.
Formação de 464 horas
Destinado a jovens de 14 a 17 anos matriculados no ensino regular, o programa oferece 464 horas de atividades, distribuídas em quatro horas diárias, de segunda a sexta-feira, entre março e outubro. As turmas funcionam em parceria com cerca de 100 sindicatos rurais paulistas, que muitas vezes atendem municípios vizinhos.
Em Itapetininga, são três turmas — duas pela manhã e uma à tarde — com 15 estudantes cada. No módulo teórico, os participantes aprendem cidadania, trabalho em equipe, segurança do trabalho, empreendedorismo, sustentabilidade, marketing e comunicação. A parte prática ocorre em um campo experimental, onde aplicam os conteúdos em cultivo de hortaliças, manejo de animais, compostagem, desenvolvimento de embalagens e comercialização dos produtos.
Portas abertas no agronegócio
Segundo a coordenadora técnica do Senar-SP, Priscila Levorin, mais de 45 mil jovens já concluíram o JAF. “Nosso intuito é mostrar os caminhos que podem trilhar. Alguns ex-alunos foram contratados por usinas e empresas do agronegócio”, afirma.
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Hergesel confirma a mudança de postura dos estudantes. “A transformação é visível. Eles amadurecem, ganham direção e saem mais preparados para os desafios do mundo.”
Com informações de Globo Rural