A receita do mercado brasileiro de defensivos agrícolas para a cultura da soja diminuiu 4,3% na safra 2024/25, totalizando US$ 9,45 bilhões, de acordo com o levantamento FarmTrak Soja, da consultoria Kynetec Brasil. O estudo entrevistou 3.700 produtores em regiões-chave do país.
Segundo a pesquisa, a retração foi puxada pela desvalorização de 7,7% do real frente ao dólar e por uma redução média de 8% nos preços dos produtos. Apesar do recuo financeiro, a área potencial tratada, que contabiliza todas as aplicações por hectare, avançou 12% e superou 1,4 bilhão de hectares, o maior volume já registrado pela consultoria.
Categorias de produtos
Os fungicidas foliares mantiveram a liderança em vendas, respondendo por 40% do total comercializado e movimentando US$ 3,82 bilhões, alta de 3% em relação ao ciclo anterior. Na sequência aparecem os inseticidas foliares, com US$ 2,23 bilhões (23,6% de participação), queda de 9% frente à safra passada.
Os herbicidas ficaram em terceiro, com US$ 2,18 bilhões (23% do total), abaixo dos US$ 2,4 bilhões do período anterior. Dentro desse grupo, o glifosato respondeu por 43% das vendas. Produtos para tratamento de sementes somaram US$ 558 milhões (6% do mercado), enquanto os nematicidas movimentaram US$ 250 milhões, equivalentes a 2,6%.
A adoção de nematicidas aumentou, alcançando 36% da área cultivada, ante 31% na safra 2023/24. Já adjuvantes e inoculantes geraram US$ 418 milhões, ou 4,4% do mercado total de defensivos para soja.
Expansão da área cultivada
A área de soja plantada no Brasil cresceu 5,2% e atingiu 46,3 milhões de hectares. O Mato Grosso segue como principal estado produtor, com 28% da área nacional. Em seguida vêm Rio Grande do Sul (14,3%), Paraná (12,7%) e Goiás (11%). Conjuntamente, Bahia, Maranhão, Tocantins, Piauí e Pará concentraram mais de 15% da área e foram apontados como a principal fronteira de expansão, com incremento de 9%.

Imagem: Gilson Abreu via globorural.globo.com
Biotecnologia em alta
O estudo também registrou avanço nas biotecnologias. A área cultivada com variedades de soja tolerantes a lagartas (Bt de segunda geração) passou de 11% para 24% entre as duas últimas safras, com mais de 150 cultivares identificadas.
Com esses números, o levantamento da Kynetec evidenciou que, apesar da menor movimentação financeira, a proteção fitossanitária da soja intensificou-se na safra 2024/25, acompanhando o crescimento da área plantada e o maior uso de tecnologias.
Com informações de Globo Rural