São Paulo – A Fortgreen, especialista brasileira em tecnologias para nutrição vegetal pertencente ao grupo irlandês Origin Enterprises, pretende aplicar R$ 200 milhões em infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento, compra de terrenos e ampliação logística até 2030.
Meta de faturamento
O aporte acompanha o objetivo de atingir R$ 1 bilhão em receita no exercício fiscal de 2026. No ano fiscal de 2024, a companhia registrou faturamento de R$ 805 milhões, avanço aproximado de 12 % sobre 2023.
Expansão da rede de distribuição
Hoje com quatro centros de distribuição — Bahia, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso — a empresa inaugurou recentemente duas unidades adicionais e projeta implantar mais duas até 2027. Um dos novos pontos ficará em Goiás, com abertura prevista para julho de 2026; o outro ainda não tem local definido.
Para efeito de comparação, o diretor-executivo da Origin Enterprises para a América Latina, Declan Giblin, lembra que o grupo mantém 25 centros de distribuição no Reino Unido, território muito menor que o brasileiro. “Precisamos estar mais próximos de revendedores e produtores aqui”, afirmou.
Brasil como mercado estratégico
Segundo Giblin, o Brasil responde por 15 % a 18 % da lucratividade global da Origin e continua sendo pilar estratégico. Além de atender o mercado interno, a Fortgreen exporta soluções para Romênia, Polônia, Reino Unido, Colômbia e Paraguai.
A construção de uma nova fábrica no Centro-Oeste, cogitada em 2022, foi adiada. O executivo acredita que, com os investimentos programados, a estrutura atual será suficiente para alcançar R$ 1,3 bilhão em receita. Novas unidades só devem voltar ao radar dentro de pelo menos cinco anos, embora haja interesse em oportunidades no Espírito Santo.
Imagem: Fortgreen
Desafios logísticos e financeiros
Para o CEO da Fortgreen, Leonardo Régis Pereira, reduzir tempo de entrega e garantir estoque são diferenciais em um mercado competitivo. Ele aponta, porém, obstáculos como a precariedade de algumas estradas e a burocracia para abrir novos centros. “Às vezes depende de legislações locais muito lentas”, disse.
Pereira também cita margens comprimidas no agronegócio e dificuldade de acesso a crédito. Os produtos da empresa — adjuvantes, soluções fisiológicas e nutricionais e fertilizantes de liberação controlada — são considerados complementares, o que faz o produtor ponderar antes de investir em cenários adversos.
Unidade de biossoluções
Desde 2023, a companhia opera uma estrutura separada dedicada a biossoluções, em desenvolvimento desde 2016. A projeção é que essa área alcance receita de R$ 150 milhões até 2029 ou 2030, com investimentos estimados em R$ 110 milhões.
Com informações de Globo Rural
