A Fundação Dom Cabral apresentou aos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e da Agricultura um pacote de recomendações do agronegócio voltado às metas climáticas brasileiras e ao futuro mercado de carbono.
O documento foi elaborado em parceria com o Instituto Clima e Sociedade e contou com o apoio de mais de 60 organizações do setor agropecuário.
Eixos prioritários
Segundo o professor Fábio Marques, da Fundação Dom Cabral, o estudo identificou cinco eixos fundamentais para a implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs):
• criação de métricas e metodologias para incentivar a agricultura regenerativa tropical;
• redução das emissões de metano;
• expansão de financiamentos verdes;
• reforço à pesquisa e inovação público-privada;
• capacitação dos produtores para medir emissões e remoções de carbono.
Marques ressaltou que, sem mensuração, não é possível gerenciar emissões. Para ele, metodologias bem ajustadas podem transformar as mudanças climáticas em oportunidade de diferenciação no mercado internacional.
Incentivos e mercado de carbono
O professor defende que a transição do agronegócio para uma economia de baixo carbono seja tratada como “carteira de soluções”, com ações adaptadas a cada atividade. Entre as medidas propostas estão:
Imagem: Pixabay
• linhas de crédito com juros diferenciados;
• condições de garantia mais favoráveis;
• fortalecimento do mercado de carbono regulado, permitindo geração de receita a partir da redução de emissões.
Seguros e regularização fundiária
O texto sugere ainda aprimorar os seguros rurais para equilibrar riscos climáticos e avançar em questões regulatórias, como a regularização fundiária.
De acordo com Marques, a adoção coordenada dessas medidas pode acelerar a transição climática do agronegócio, diminuir passivos ambientais e valorizar os ativos naturais do país no cenário global.
Com informações de Canal Rural
