A forte queda de temperatura no Brasil impulsionou as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York nesta segunda-feira, 11 de agosto. O contrato para entrega em dezembro avançou 3,84%, negociado a US$ 3,1405 por libra-peso.
Segundo Vicente Zotti, sócio da Pine Agronegócios, as geadas do fim de semana atingiram área maior que a prevista. “As projeções indicavam ocorrência apenas em baixadas, mas o frio subiu para regiões de até 900 metros de altitude”, disse.
Fernando Maximiliano, analista da StoneX, destacou que o fenômeno surpreendeu o mercado, já que normalmente se registra em julho. O modelo climático europeu apontava mínima de 8,4 °C em Patrocínio (MG) para a madrugada desta segunda-feira, mas os termômetros chegaram a 0,4 °C. Apesar disso, relatos sugerem geada espaçada e de fraca intensidade, sem confirmação de perdas na produção.
Zotti acrescentou que ainda é cedo para estimar redução na próxima safra, porém as áreas afetadas devem sentir impacto em 2025.
Demais commodities agrícolas
Cacau – O contrato para dezembro subiu 5,84%, a US$ 8.444 por tonelada, maior nível em seis semanas. A alta decorre do tempo seco na África Ocidental, responsável por cerca de 70% da oferta mundial. Relatórios mostram precipitação abaixo da média de 30 anos na Costa do Marfim e em Gana, o que pode comprometer a principal colheita de 2025/26, a partir de outubro.
Suco de laranja – O suco concentrado e congelado (FCOJ) manteve a tendência de valorização: o vencimento de novembro avançou 5,39%, a US$ 2,4920 por libra-peso, depois de já ter subido perto de 5% na sessão anterior.
Imagem: Emater-MG via globorural.globo.com
Açúcar – Os papéis para outubro fecharam em alta de 1,48%, cotados a 16,49 centavos de dólar por libra-peso.
Algodão – O contrato de dezembro encerrou o dia com ganho de 0,24%, a 66,76 centavos de dólar por libra-peso.
As oscilações refletem preocupações climáticas em importantes regiões produtoras e ajustes de mercado após as recentes surpresas meteorológicas.
Com informações de Globo Rural