O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, declarou neste domingo (16) que a administração federal pretende começar a reduzir o custo de vida da população a partir de 2026, combinando cortes de tarifas sobre alimentos importados e diminuição de impostos cobrados dos trabalhadores.
Em entrevista ao programa Sunday Morning Futures, da Fox News, Bessent ressaltou que o envio de cheques de US$ 2 mil aos norte-americanos, proposta pelo presidente Donald Trump, depende da aprovação do Congresso. “Precisamos de legislação para isso”, afirmou.
Tarifas sobre carne, café, cacau e frutas
As declarações ocorreram dois dias depois de Trump anunciar a redução de tarifas incidentes sobre carne, café, cacau e frutas. A medida beneficia exportadores brasileiros, afetados desde abril por uma tarifa recíproca de 10%, seguida por sobretaxa adicional de 40% em agosto.
O presidente pretende usar a arrecadação tarifária para bancar os pagamentos diretos à população. Porém, o Comitê para um Orçamento Federal Responsável calcula custo de cerca de US$ 600 bilhões, valor equivalente ao dobro da receita tarifária projetada para 2025. Até setembro, o país arrecadou US$ 195 bilhões com tarifas; economistas estimam cerca de US$ 300 bilhões no próximo ano.
Negociações e pressões de preços
Bessent negou que os cortes sejam uma reação de curto prazo à alta de preços, alegando que as reduções resultam de meses de conversas com países da América Central e do Sul. Segundo o secretário, a iniciativa “não surgiu do nada”.
Ele também comentou projeções que apontam a carne moída a US$ 10 por libra (cerca de R$ 110 o quilo) no terceiro trimestre de 2026. De acordo com Bessent, parte da pressão decorre do reaparecimento de uma doença já eliminada nos EUA. Para evitar riscos sanitários, o governo suspendeu a importação de carne bovina do México e relacionou o problema à entrada de animais trazidos por imigrantes oriundos da América do Sul.
Imagem: Valter Campanato
Inflação e renda disponível
Sobre a inflação, Bessent disse que a gestão Trump herdou índices “terríveis”, mas vê sinais de desaceleração, citando recuo nos preços de energia e nas taxas de juros. A estratégia, segundo ele, é somar a redução gradual desses índices ao aumento da renda disponível.
Entre as ações previstas estão isenções de impostos sobre gorjetas, horas extras e benefícios da Previdência Social norte-americana, além da possibilidade de deduzir juros de financiamentos de veículos produzidos no país. “Eu esperaria que nos dois primeiros trimestres a curva da inflação se incline para baixo e a renda real acelere substancialmente”, afirmou.
O secretário concluiu que, quando essas duas curvas se cruzarem, as famílias deverão sentir melhora no orçamento doméstico.
Com informações de Canal Rural
