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Indústria sugere estratégias de venda para produtores de trigo diante de margens apertadas

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Produtores paulistas de trigo voltaram a manifestar preocupação com a rentabilidade da safra 2024/25 durante reunião da Câmara Setorial do Trigo do Estado de São Paulo, realizada na quinta-feira, 16 de outubro. A indústria moageira defendeu que os agricultores adotem estratégias de comercialização para mitigar a queda de preços no período de colheita.

O trigo colhido em São Paulo está sendo negociado a cerca de R$ 1.180 por tonelada para entrega em janeiro. Em junho, o mesmo produto chegou a registrar R$ 1.400. “O produtor está muito afobado para vender”, afirmou o presidente da Câmara Setorial, Nelson Montagna, ao comentar a pressa dos agricultores em fechar negócios mesmo com o mercado em retração.

Indústria vê variação como movimento de mercado

Para Max Piermartiri, presidente do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo) e diretor-presidente do Moinho Anaconda, a diferença de preços reflete a dinâmica natural de oferta e demanda. “Todo mundo quer comprar quando o preço está baixo. Os moinhos vão encher as mãos no início da safra, porque é quando o preço cai. Tenho certeza de que lá para maio, junho, julho, o preço vai estar outro”, disse.

Piermartiri ressaltou que o agricultor precisa analisar o melhor momento para negociar. “Saber produzir é importantíssimo, mas saber vender é fundamental”, reforçou, comparando a decisão de compra e venda de trigo à escolha do horário para adquirir uma cerveja em Ipanema — caso seja ao meio-dia, o preço será maior.

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“Cabo de guerra” entre indústria e campo

Questionado sobre a pressão de margens no campo, o dirigente da Sindustrigo reconheceu o desafio, mas afirmou que o equilíbrio de preços será determinado pelo mercado. “A indústria entende o drama do produtor, mas sempre vai ter um cabo de guerra entre vendedores, compradores e a rentabilidade. Quem vai determinar isso é o mercado, não somos nós”, declarou.

Importações continuam na pauta

As compras externas também foram tema do encontro. Piermartiri lembrou que o trigo argentino nem sempre é a primeira opção dos moinhos, mas muitas vezes se torna necessário. “A gente compra trigo argentino não porque gosta. Preferimos o trigo paulista. Porque você compra uma carga, o dólar vai estar a quanto? Eu não sei. Aqui fechamos em real, é uma segurança”, explicou.

Para a safra atual, o volume adquirido de trigo paulista pela indústria recuou 37%, mesmo com a melhora na qualidade do produto local, segundo dados apresentados na reunião.

As discussões devem prosseguir nos próximos meses, com foco em alternativas de negociação e políticas de apoio que reduzam a exposição dos produtores à volatilidade de preços.

Com informações de Globo Rural

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