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Industrialização da soja pode multiplicar por quatro sua contribuição ao PIB do agro, aponta Embrapa

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A expansão da cadeia da soja no Brasil ainda tem espaço para crescer com mais força fora da porteira. De acordo com o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, a transformação industrial do grão pode elevar de forma significativa o peso do setor na economia. “Hoje, a oleaginosa responde por 6% do PIB do agronegócio e gera cerca de 2,5 milhões de empregos. Se agregarmos valor, esse impacto pode ser quadruplicado”, afirmou nesta terça-feira (19), em Londrina (PR), durante o VII Seminário Desafios da Liderança Brasileira no Mercado Mundial de Soja.

Produção cresce 17 vezes em 50 anos

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que a colheita nacional saltou de 9,89 milhões de toneladas na safra 1974/75 para aproximadamente 169 milhões de toneladas em 2024/25. Nepomuceno atribui o avanço à chamada “tropicalização” da cultura, aliada a inovações tecnológicas, uso de máquinas adequadas e melhoria da infraestrutura.

Do grão às indústrias de química verde

Segundo o dirigente, a próxima etapa é inserir a soja na transição da química fóssil para a química verde. O óleo extraído do grão pode originar plásticos, borrachas e asfalto, exemplificou. “Isso amplia mercado, renda e emprego dentro do país”, destacou.

Clima imprevisível eleva riscos

O pesquisador Décio Gazzoni, também da Embrapa Soja, alertou que o ritmo constante de ganho de produtividade observado entre 1970 e 2000 deu lugar a maior volatilidade. Instabilidade do regime de chuvas e ondas de calor afetam principalmente o Sul e Mato Grosso do Sul, frisou. Para reduzir perdas, ele recomenda investimentos de longo prazo em manejo de solo, melhoramento genético e políticas públicas que deem previsibilidade ao produtor.

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Custo de produção sobe

Na visão dos agricultores, os desafios econômicos são crescentes. O diretor da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa, relatou que os defensivos agrícolas passaram de 20% para 40% do custo total, enquanto a participação das sementes dobrou. Dificuldades adicionais decorrem de quebras de safra por secas ou enchentes e de entraves ao comércio internacional provocados por guerras e pela pandemia de Covid-19. Apesar disso, o país manteve o abastecimento interno e o fluxo de exportações graças à compensação de perdas regionais.

Cooperativismo fortalece a cadeia

Responsáveis por cerca de metade da safra, as cooperativas têm papel estratégico na difusão de tecnologia e no processamento de farelo e óleo, lembrou Robson Mafioletti, superintendente do Sistema Ocepar. Para ele, essas entidades contribuem para estabilizar a renda dos associados ao adicionar valor ao produto final.

O seminário foi promovido pela Embrapa Soja em parceria com entidades como Abiove, Acebra, Anec, Aprosoja Brasil e Ocepar. Os participantes reforçaram que manter a liderança mundial na produção exigirá inovação, industrialização e maior resiliência diante das incertezas climáticas e econômicas.

Com informações de Canal Rural

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