O ex-ministro da Agricultura e enviado especial do setor à COP30, Roberto Rodrigues, afirmou nesta quarta-feira (26/11), em evento realizado em Brasília, que tem recebido “várias mensagens” de investidores estrangeiros interessados em aportar recursos na agropecuária brasileira desde o fim de semana que sucedeu a conferência em Belém (PA).
De acordo com Rodrigues, o interesse foi despertado pelas articulações conduzidas durante a COP30. “Vai ter gente investindo”, destacou o ex-ministro ao relatar os contatos feitos por representantes de outros países.
Participação no Plano Clima
Questionado sobre o andamento do Plano Clima, Rodrigues informou que o setor privado integrará um grupo de trabalho sugerido pelo Ministério do Meio Ambiente para concluir o texto. A criação desse grupo foi proposta na COP30 após impasse envolvendo a atribuição das emissões de desmatamento ilegal. O segmento agropecuário rejeitou assumir essa responsabilidade, o que o colocaria como principal emissor de gases de efeito estufa do país.
Segundo o ex-ministro, ainda não houve tempo para novas conversas desde o encerramento da conferência, mas ele espera avançar nas negociações “em breve”. Ele lembrou que sua intervenção foi decisiva para evitar o anúncio da versão original do Plano Clima, considerada prejudicial ao agronegócio por representantes do setor.
Estudo sobre o mercado global de alimentos
Rodrigues também anunciou que o Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) deve concluir até 2026 o estudo AgroBrasil50, que analisará o mercado mundial de alimentos com horizonte até 2050. O objetivo é mapear onde e o que será produzido, comprado e consumido no planeta, fornecendo subsídios para decisões de produtores, empresas e formuladores de políticas públicas.
Imagem: Bruno Carachesti
“Quero saber daqui até 2050 quem vai produzir o quê no mundo para definir estratégias de comércio”, explicou. Ele acrescentou que as informações serão “essenciais” para orientar investimentos e políticas, reforçando a projeção de que o agronegócio brasileiro poderá ser “patrocinador da paz mundial” ao replicar seu modelo tropical em outras regiões.
Com informações de Globo Rural
