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Juros altos encarecem crédito rural, mas setor segue em expansão, dizem especialistas

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A taxa básica de juros do Brasil, fixada em 15% ao ano, tem elevado o custo do dinheiro em todas as áreas da economia e afeta diretamente o caixa dos produtores rurais. Apesar da restrição, o agronegócio mantém trajetória de crescimento, segundo Felippe Serigati, coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro).

Durante o CBN Talks Agro, realizado na quarta-feira (3/12) em São Paulo, Serigati frisou que a cadeia produtiva precisa ampliar as fontes de financiamento. “O Plano Safra continua relevante, mas deve ser apenas um instrumento, não o único”, afirmou.

Cobrança por eficiência

O economista destacou que o cenário macroeconômico pressiona margens e exige maior profissionalização no campo. “Empresas rurais mais eficientes tendem a reduzir o custo do dinheiro”, disse. Embora reconheça o peso das altas taxas, ele lembrou que o país registra crescimento do PIB entre 2% e 3% ao ano em meio a uma política fiscal “incrivelmente expansionista”.

Serigati prevê queda gradual dos juros a partir de 2026, mas alerta que a concessão de crédito ficará mais rigorosa. “A régua subiu”, resumiu.

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Garantias e financiamento verde

Dyego Santos, gerente executivo de soluções agro da Serasa Experian, classificou o mercado atual como um ambiente de “variáveis difíceis”. Segundo ele, produtores sem garantias adicionais encontram obstáculos para obter recursos.

Em contraste, linhas de financiamento verde ganham espaço, impulsionadas pelo desempenho ambiental do país. “Cerca de 91% da soja plantada na Amazônia e no Cerrado desde 2019 não envolve desmatamento, legal ou ilegal”, destacou Santos.

Repercussão da COP30

Marcello Brito, enviado especial da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) para os Estados da Amazônia e diretor acadêmico da Fundação Dom Cabral, afirmou que o Brasil saiu fortalecido do encontro realizado em Belém, em novembro, ao evidenciar a diferença entre o agronegócio que avança em sustentabilidade e o que resiste às mudanças.

Para Brito, a postura apresentada no evento reforça a imagem do país e abre caminhos para captar recursos vinculados a boas práticas ambientais.

Com informações de Globo Rural

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