A Kepler Weber fechou o terceiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 51,6 milhões, retração de 13,5% em relação ao mesmo período de 2024. A margem líquida caiu 1,4 ponto percentual, para 12,2%, em meio a um cenário de juros elevados e crédito restrito.
Receita e Ebitda
A receita operacional líquida somou R$ 423,3 milhões, 3,6% abaixo do resultado de um ano antes. Na comparação com o segundo trimestre, houve avanço de 36,1%. O Ebitda alcançou R$ 73,6 milhões, com margem de 17,4%, inferior aos R$ 92,9 milhões e 21,2% obtidos no terceiro trimestre de 2024.
Desempenho acumulado de 2025
De janeiro a setembro, o lucro líquido totalizou R$ 91,5 milhões, queda de 38,5% frente aos nove primeiros meses de 2024. A receita líquida consolidada atingiu R$ 1,09 bilhão, recuo de 4,8% na mesma base de comparação.
Segmentos em destaque
No trimestre, a divisão Portos e Terminais liderou o crescimento, com alta de 97,4% na receita. Negócios Internacionais avançaram 23,6%, impulsionados pelas vendas à Argentina, que passaram a representar 17% do faturamento externo contra 3% um ano antes. A empresa também fechou o maior projeto internacional de sua história para uma agroindústria de arroz na Venezuela, pago integralmente de forma antecipada.
Reposição e Serviços teve incremento de 10,8%, enquanto Fazendas e Agroindústrias recuaram 3,2% e 30,6%, respectivamente. A companhia atribuiu o desempenho negativo desses dois últimos segmentos à estiagem no Sul, à restrição de crédito rural e à forte base de comparação.
Custos, caixa e rentabilidade
As despesas gerais e administrativas caíram 3% no trimestre e 4% no acumulado do ano. O retorno sobre o capital investido (ROIC) ficou em 21%, abaixo dos 42,1% registrados um ano antes, mas considerado satisfatório pela empresa. A posição de caixa líquido terminou o período em R$ 31,1 milhões, mesmo após o pagamento de R$ 95 milhões em proventos, equivalente a um payout de 103,8%.
Imagem: Wenders Araújo
Perspectivas
O CEO Bernardo Nogueira destacou a recuperação em relação ao segundo trimestre, quando o lucro foi de R$ 14,4 milhões, e vê perspectiva de estabilidade no resultado consolidado de 2025. Para 2026, a companhia projeta um pipeline de pedidos mais robusto, que inclui desde ampliações de armazéns até grandes plantas industriais de processamento de grãos, etanol e biodiesel. Há ainda planos de entrar na mini industrialização de DDG, subproduto usado em confinamento de gado.
Renato Arroyo, diretor financeiro e de relações com investidores, explicou que a pressão nos preços reflete a busca dos clientes por descontos diante das condições de crédito mais difíceis.
Com informações de Globo Rural
