O Pavilhão da Agricultura Familiar, uma das áreas mais movimentadas da Expointer, em Esteio (RS), virou vitrine para itens pouco convencionais que têm conquistado os visitantes desde o início da feira, que segue até domingo (7/9).
Licor de “desafio” vende 167 garrafas em um dia
Na banca da destilaria L’Onore, de Nova Pádua (RS), o produtor Anderson Marostica ergue uma placa chamando seu produto de “pior licor do mundo”. A provocação funciona: em apenas 24 horas ele comercializou 167 garrafas de 750 ml, cada uma a R$ 130.
Batizado de Sensations, o licor mistura grapa com urtiga, pimenta, jambu e bugre (aroeira-brava). O resultado provoca dormência na boca e, segundo Marostica, deve ser bochechado antes de engolir. A receita remonta ao avô do produtor, que usava a bebida como anestésico caseiro. A destilaria, fundada há sete anos, utiliza grapa obtida de uvas Chardonnay, Pinot Noir e Cabernet fornecidas por vinícolas parceiras.
Geleias com pedras preciosas e folha de ouro
De Soledade (RS), a agroindústria RV Morangos aposta em luxo para se diferenciar. Inspirada na fama do município como “Capital das Pedras Preciosas”, a empresa apresenta a Coleção Gourmet Preciosa — seis variedades de geleia vendidas com pequenos pingentes que trazem pedras naturais.
Entre os sabores estão morango com espumante e folha de ouro (o mais procurado), “morango do amor” com quartzo rosa, uva com vinho do Porto e ametista, amora/mirtilo/especiarias com turmalina negra, damasco e mel com citrino, além de hortelã com quartzo verde. Cada receita é associada à cor ou à “energia” da pedra correspondente, explica a proprietária Ritiele Rodrigues Hofmann.
Queijo “Renascer” recupera selo artesanal
Outro destaque vem do laticínio Marlac, de Caiçara (RS). O queijo autoral Renascer combina alho negro produzido em Pinto Bandeira com licor de caramelo salgado da destilaria Alto da Cruz, de Canguçu. Segundo o proprietário Marcos Antônio Cassol, o lançamento simboliza a recuperação do Selo Arte, perdido após dificuldades enfrentadas pela empresa nos últimos anos.
Imagem: Marcelo Beledeli
Cassol lembra que o laticínio foi criado em 2018 para aproveitar o leite da propriedade, depois que a greve dos caminhoneiros de 2015 obrigou a família a descartar grande parte da produção. Além do Renascer, a Marlac exibe queijo colonial, queijo coalho, manteiga, iogurte e doce de leite.
Com sabores ousados ou ingredientes de alto valor, os expositores reforçam a diversidade da agricultura familiar gaúcha e ajudam a manter o Pavilhão entre os pontos mais visitados da Expointer.
Com informações de Globo Rural
