São Paulo — O Brasil consolidou posição de destaque na oferta global de alimentos, energia renovável e práticas sustentáveis, mas ainda enfrenta entraves internos, concluíram participantes da 2ª edição do Vozes do Agro, promovido por Globo Rural e Valor em São Paulo.
Quem participou
Cerca de 100 representantes do setor — entre produtores, empresários, executivos, pesquisadores, consultores e autoridades — debateram os temas mais urgentes para o agronegócio brasileiro.
Principais desafios
Os presentes destacaram a necessidade de:
- expandir a oferta de mão de obra qualificada;
- implementar plenamente o Código Florestal;
- garantir políticas públicas que estimulem a produção sustentável, com crédito mais barato;
- ampliar investimentos em pesquisa e levar inovação ao campo.
Acesso ao crédito preocupa
O aumento dos juros elevou o custo de capital e reduziu oportunidades de negócios. Segundo os debatedores, o Plano Safra perdeu eficiência diante da limitação de recursos com taxas equalizadas, enquanto o capital privado não supre toda a demanda. Eles pediram política de crédito e seguro rural de longo prazo, argumentando que um seguro robusto custa menos que medidas emergenciais após eventos climáticos.
Infraestrutura e logística
Mesmo com sucessivos recordes de produção, falta infraestrutura para reduzir custos e aumentar competitividade. Entre as carências citadas estão:
Imagem: Rodrigo Hara
- energia estável nas propriedades;
- conectividade para operar máquinas e equipamentos tecnológicos;
- malha rodoviária adequada — mais de 60% da safra ainda viaja por estradas, setor que perde caminhoneiros pela precariedade das vias;
- maior capacidade de armazenagem e eficiência portuária.
Para superar o quadro, os participantes defenderam redução de burocracia e estímulos a investimentos públicos e privados em logística.
Comunicação como prioridade
As lideranças apontaram a necessidade de discurso mais unificado e pragmático para públicos interno e externo. Iniciativas de promoção internacional, como roadshows, foram consideradas positivas, mas vistas como insuficientes em escala. O grupo avaliou que uma atuação mais coesa ajudaria a destacar práticas sustentáveis do país e a fortalecer a pauta de demandas do setor.
Com informações de Globo Rural