O segmento de suínos encerrou a última semana com preços em baixa, reflexo do ritmo mais lento das vendas internas típico deste período. Apesar do ajuste, levantamento da Scot Consultoria indica que setembro deve fechar com médias próximas às máximas registradas em 2023.
O principal insumo da atividade, o milho, continua em patamares que asseguram custos sob controle. Até 25 de setembro, a saca de 60 quilos em Campinas (SP) foi negociada a R$ 65,34, sem frete, avanço de 2,1% sobre agosto e de 2% na comparação anual.
Relação de troca favorável ao produtor
Para o analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, a relação entre o valor do suíno e o preço do milho segue positiva ao produtor. “Os preços da suinocultura brasileira estão relativamente confortáveis. O ano é bom para o setor, com margens satisfatórias e oferta abundante de milho graças a uma safrinha de 100 milhões de toneladas”, afirma.
Iglesias projeta que o último trimestre de 2025 continuará marcado por abastecimento tranquilo e demanda aquecida, tanto no mercado doméstico quanto nas exportações.
Volatilidade recente dos custos
Dados históricos mostram mudanças rápidas na rentabilidade. Entre setembro e dezembro de 2024, eram necessários de 7,5 a 8,5 quilos de milho para produzir um quilo de suíno, cenário considerado desfavorável. Em março de 2025, a exigência caiu para menos de 6 quilos, melhorando as margens. Já no segundo semestre de 2025, a relação voltou a subir, chegando perto de 8 quilos em agosto e setembro, o que volta a pressionar resultados.
O analista destaca que o produtor oscilou acima ou abaixo da média anual de 7,40 quilos de milho por quilo de carne, evidenciando a necessidade de planejamento diante da volatilidade.
Imagem: Seara
Outros insumos
Além do milho, a oferta de farelo de soja segue confortável. O óleo de soja, contudo, enfrenta pressão de demanda maior do setor de biocombustíveis, impulsionada pela possível adoção obrigatória da mistura B16.
Mesmo com a correção recente nos preços do animal vivo, custos controlados, oferta adequada de insumos e demanda firme devem sustentar margens positivas para os produtores até o fim do ano, conclui Iglesias.
Com informações de Canal Rural
