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Ministério prioriza juros baixos e distribuição ampla de crédito para recuperar áreas degradadas

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O Ministério da Agricultura quer garantir que os recursos do segundo leilão do programa EcoInvest cheguem aos produtores rurais com taxas de juros “acessíveis” e de forma pulverizada. A preocupação surgiu após o certame, que registrou demanda de R$ 17,3 bilhões e potencial de investir até R$ 31,4 bilhões na recuperação de áreas degradadas.

Sem um teto definido para os encargos da linha de blended finance, técnicos da pasta temem que as instituições financeiras repassem custos elevados aos tomadores finais. Há também receio de concentração de crédito em grandes clientes, reduzindo o alcance entre produtores de menor porte.

Meta de até 3 milhões de hectares

Segundo o ministro Carlos Fávaro, os recursos podem viabilizar a conversão de 1,4 milhão a 3 milhões de hectares, dependendo do nível de degradação das áreas. “São dez instituições financeiras habilitadas, com o compromisso de restaurar de 1,4 a 3 milhões de hectares”, afirmou em vídeo publicado nas redes sociais.

Carlos Augustin, presidente do Comitê Gestor Interministerial do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas, classificou o resultado do leilão como “muito acima do esperado”. A expectativa inicial era levantar cerca de R$ 10 bilhões.

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Participação dos grandes bancos

Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander participaram do leilão. O Tesouro Nacional ainda não divulgou oficialmente quais agentes ficaram com cada fatia, mas fontes do setor estimam que o Banco do Brasil deva receber perto de R$ 8 bilhões. Graças à capilaridade, a instituição teria condições de pulverizar o crédito e aproveitar sua carteira diversificada de clientes em todo o país.

Se confirmada, a verba no BB poderá funcionar como um novo “RenovAgro” dentro do banco. Na safra 2025/26, o RenovAgro disponibilizou R$ 7,3 bilhões, com juros entre 8,5% e 10% ao ano; desse total, R$ 2,1 bilhões foram destinados especificamente à recuperação ou conversão de pastagens.

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Imagem: Carlos Maurício Andrade via globorural.globo.com

Normas técnicas em elaboração

Em julho, o comitê do programa criou um grupo técnico formado pelos Ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente e pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para validar protocolos operacionais. A Embrapa ficará responsável por desenvolver e referendar critérios de monitoramento de práticas agropecuárias e silviculturais, balanço de emissões e remoções de gases de efeito estufa e comprovação da redução de emissões.

Executivos do setor financeiro aguardam nova regulamentação que, segundo eles, deverá ser “bem restrita” para orientar o desembolso dos recursos. Há também alerta para o possível direcionamento de parte significativa do crédito ao plantio de eucalipto, já que a linha permite financiar projetos não alimentícios.

O Ministério da Agricultura aguarda o detalhamento da distribuição dos valores e a previsão de aplicação regional para definir os próximos passos do EcoInvest.

Com informações de Globo Rural

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