Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia para Agricultura Sustentável (INCT NanoAgro) testaram a nanoencapsulação do herbicida atrazina e constataram maior eficiência no controle de plantas daninhas sem prejuízo ao desenvolvimento do milho.
Produção brasileira e desafio das ervas daninhas
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta para a safra 2024/25 uma colheita de 126,9 milhões de toneladas de milho. Apesar do avanço tecnológico e da expansão da segunda safra, o manejo de plantas daninhas segue entre os principais entraves da cultura, sobretudo nos 10 a 15 dias após a emergência, período considerado crítico pela competição por luz, água e nutrientes.
Como a pesquisa foi conduzida
O estudo comparou a aplicação da atrazina convencional com formulações nanoencapsuladas produzidas a partir de poli(ε-caprolactona), quitosana e zeína, materiais biodegradáveis gerados de resíduos agroindustriais. Ensaios em casa de vegetação revelaram que todas as formulações — inclusive as nanocápsulas sem herbicida — foram seguras para a fisiologia e o crescimento das plantas.
Resultados observados
Segundo o pesquisador Bruno Teixeira de Sousa, as plantas tratadas com a atrazina nanoencapsulada apresentaram resposta antioxidante mais intensa, com aumento na atividade de enzimas como ascorbato peroxidase, catalase, peroxidase e superóxido dismutase. O impacto adverso sobre a fotossíntese foi temporário e a recuperação total ocorreu 14 dias após a aplicação.
Imagem: Leandro Balbino
Os dados indicam que a nanoencapsulação potencializa a ação da atrazina sem comprometer o vigor das plantas, oferecendo alternativa mais segura e eficiente para o controle de ervas daninhas durante o período crítico de competição.
Com informações de Canal Rural
