A arroba do boi gordo ficou mais cara em São Paulo nesta quarta-feira (5/11) diante da combinação de pouca oferta e firmeza dos pecuaristas, de acordo com a Scot Consultoria.
Nas praças de Araçatuba e Barretos, referências estaduais, o valor da arroba subiu R$ 3. Os novos patamares são de R$ 320 para o boi gordo, R$ 325 para o boi China e R$ 298 para a vaca. A arroba da novilha avançou R$ 2, para R$ 312. Todos os preços são para pagamento a prazo.
Segundo a Scot, a menor disponibilidade de lotes de pasto contrastou com volumes considerados satisfatórios de animais confinados. Ainda assim, a postura dos vendedores, que evitaram negociar abaixo das referências, limitou a oferta aos frigoríficos, que pagaram valores superiores aos da semana anterior.
As exportações seguiram em bom ritmo e novembro ainda oferece janelas para embarques antes do Ano-Novo Chinês, fator que reforçou a demanda das indústrias. No mercado interno, as vendas de carne permaneceram lentas, mas a consultoria indicou expectativa de reação nos próximos dias.
Reajustes em outras regiões
Além de Araçatuba e Barretos, a Scot apurou altas no sul de Minas Gerais, em Dourados (MS), em Santa Catarina e no oeste do Maranhão. Nas demais 27 regiões monitoradas, os preços permaneceram estáveis.
Contratos chegando ao fim e mercado spot em alta
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) observa que os lotes contratados estão se encerrando em várias localidades, levando frigoríficos a intensificar compras no mercado spot. Em Mato Grosso, boa parte das escalas ainda é atendida por contratos, mas mesmo ali há reajustes nos negócios de balcão.
Imagem: Marcus Mesquita
Retenção de fêmeas sinaliza nova fase do ciclo pecuário
O Cepea destaca uma mudança de fase: pecuaristas passaram a reter fêmeas, motivados pela valorização dos animais de reposição. Os preços da vaca gorda e do gado para reposição avançam em ritmo superior ao do boi gordo, diminuindo o diferencial de preços.
No mercado de reposição, o bezerro nelore de até 12 meses acumula alta nominal de 14% em Mato Grosso do Sul na comparação com novembro de 2024. Em Tocantins, o aumento chega a 29%. Embora esses valores elevem o custo para terminadores, o movimento melhora a rentabilidade do criador e estimula novos investimentos na cria.
Com informações de Globo Rural
