Pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, desenvolveram um gel cicatrizante para uso veterinário produzido com colágeno extraído da pele de tilápias. O produto tem apresentado encurtamento da área lesionada de cães e gatos a partir da primeira semana de aplicação.
Como o produto é produzido
O gel utiliza um hidrolisado de peptídeos de colágeno fornecido pelo laboratório do professor Eduardo César Meurer, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), campus de Jandaia do Sul. O material chega à UEPG em estado líquido, é submetido a secagem e transformado em pó, que passa a atuar como ativo farmacêutico na formulação em gel.
Resultados nos animais
Coordenado pelo professor Flavio Luís Beltrame, do Departamento de Ciências Farmacêuticas (Defar) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF), o estudo já avaliou 44 animais, entre cães e gatos. Os testes — todos autorizados pelo Comitê de Ética em Pesquisa — indicam retração do tecido ferido em cerca de sete dias e cicatrização completa em aproximadamente 35 dias, dependendo das condições de saúde de cada animal.
Ensaios e próximos passos
As análises incluíram testes in vitro e in vivo conduzidos pelo médico-veterinário Rodrigo Tozetto, então mestrando do PPGCF. A equipe agora investiga a estabilidade físico-química do gel e avalia sua eficácia em diferentes tipos de feridas de primeira e segunda intenção, como incisões cirúrgicas e traumas.
Imagem: Jéssica Natal
Reconhecimento e ampliação do projeto
Em 30 de setembro, o trabalho recebeu certificado de excelência e um cheque simbólico de R$ 200 mil no Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), iniciativa da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) em parceria com a Fundação Araucária e o Sebrae-PR. Os recursos serão aplicados na produção local do colágeno e no desenvolvimento de novos produtos derivados.
Com informações de Canal Rural
