Pular para o conteúdo
Início » Preços do milho recuam em Chicago após sinal de supersafra nos EUA, mas mercado brasileiro segue firme

Preços do milho recuam em Chicago após sinal de supersafra nos EUA, mas mercado brasileiro segue firme

Publicidade

São Paulo, 27 de agosto – Os contratos do milho negociados na Bolsa de Chicago devolveram parte dos ganhos recentes nesta terça-feira (26) diante da perspectiva de colheita recorde nos Estados Unidos.

Chicago sente peso de oferta abundante

O vencimento de setembro encerrou o pregão a US$ 3,87 1/2 por bushel, queda de 0,44% (1,75 centavo) em relação à véspera. No contrato para dezembro, a baixa foi de 0,66% (2,75 centavos), para US$ 4,09 1/2 por bushel.

A correção contrasta com a valorização da semana anterior, quando o setembro fechou a US$ 3,88 1/4 por bushel, 1,04% acima do período anterior, e avançou para US$ 3,89 na segunda-feira (25).

Segundo a consultoria Safras & Mercado, o movimento é influenciado pelo quadro de ampla oferta global. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve 71% das lavouras norte-americanas em condições boas ou excelentes até 24 de agosto, o melhor nível desde 2016 e acima da expectativa de leve recuo do mercado. Outros 21% foram avaliados como regulares e 8% como ruins ou muito ruins, repetindo a semana anterior.

Publicidade

Mesmo com estimativa da Pro Farmer apontando produtividade abaixo da oficial, a produção deve superar 425 milhões de toneladas, sugerindo um novo recorde para o país.

Mercado interno sustenta cotações

No Brasil, as cotações seguem entre R$ 66 e R$ 67 por saca, apesar da pressão da safrinha, cuja colheita alcança cerca de 90%, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Dados da plataforma Grão Direto indicam que a demanda aquecida dos setores de etanol e proteína animal cria um piso para os preços, estimulando vendas antecipadas. Levantamento de julho do Instituto Mato-Grossense de Economia Aplicada (Imea) mostra que 62% da produção do estado já foi comercializada.

Já para a safra 2025/26, os negócios avançam lentamente, pois produtores aguardam maior visibilidade sobre custos antes de novos compromissos.

Exportação entra em foco

Na principal janela de exportação, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) projeta embarques de 7,8 milhões de toneladas em agosto. A competitividade, contudo, dependerá da taxa de câmbio frente à oferta recorde norte-americana.

Para a Grão Direto, o clima nos Estados Unidos segue como principal direcionador da Bolsa de Chicago. Uma quebra, ainda que modesta, poderia abrir espaço adicional às vendas externas brasileiras no início de 2026.

Com a colheita da safrinha quase finalizada, a logística ganha protagonismo. O elevado volume pressiona a capacidade de armazenagem e eleva custos de frete, o que tende a gerar diferenças regionais de preços. Produtores com armazéns próprios poderão se beneficiar dessas oscilações na entressafra, quando a indústria costuma pagar prêmios.

Com informações de Canal Rural

Publicidade

Deixe um comentário