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Produção de tabaco no Sul atrai mais de 5 mil novas famílias e atinge 38 mil produtores

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Mais de 5 mil famílias ingressaram no cultivo de tabaco na região Sul na última safra, elevando para 38 mil o total de produtores, segundo a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). O movimento foi impulsionado pelos preços favoráveis do produto nos últimos três anos e pela queda de rentabilidade em outras culturas.

Perfil dos produtores

De acordo com o presidente da Afubra, Marcílio Laurindo Drescher, a maior parte dos fumicultores é composta por pequenos agricultores familiares que trabalham em áreas médias de três hectares, muitas vezes arrendadas. A mão de obra responde por 40% a 50% dos custos de produção, fator que, segundo ele, dificulta a entrada de produtores empresariais.

Orientação para não ampliar área plantada

Mesmo com a chegada de novos agricultores, a Afubra fez campanha neste ano alertando para que não houvesse expansão das lavouras, a fim de evitar desequilíbrio entre oferta e demanda. Hoje, 90% da produção brasileira é exportada para 113 países, inclusive os Estados Unidos.

Números da produção e da exportação

Desde a adoção da Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2005, as exportações brasileiras de tabaco se mantêm entre 400 mil e 500 mil toneladas anuais. Na safra passada, problemas climáticos reduziram a colheita em quase 20%, mas a expectativa para a plantação em andamento é alcançar 690 mil toneladas.

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O Brasil se mantém, há 32 anos, como o maior exportador mundial de tabaco, embarcando cerca de 90% do que colhe. Em 2024, o produto representou 0,88% das exportações do país, somando US$ 2,977 bilhões. União Europeia e Extremo Oriente absorvem 34% do volume, enquanto os EUA compram aproximadamente 9% — 40 mil toneladas embarcadas antecipadamente este ano, mesmo após a tarifa de 50% instituída pelo governo norte-americano.

Renda do produtor

Pesquisa do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEPA/UFRGS), realizada em 2023, apontou que o fumicultor ganha, em média, 117% mais que o trabalhador brasileiro. Segundo a Afubra, a renda por hectare alcança R$ 45.989,85, frente a R$ 5.755,88 da soja e R$ 7.008,80 do milho. Cerca de 45% da receita nas propriedades fumicultoras já vem de outras culturas ou criações, resultado de programas de diversificação incentivados pela entidade e pela indústria.

Uso de defensivos e questões sociais

Drescher afirma que o tabaco é hoje uma das culturas que menos utiliza defensivos agrícolas. Estudo da Esalq-USP citado pelo presidente do Sindicato da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Valmor Thesing, indica consumo de 1 kg de ingrediente ativo por hectare, contra até 70 kg em cultivos como batata e tomate. Thesing acrescenta que o setor mantém campanhas de combate ao trabalho infantil e assina termos com o Ministério Público do Trabalho desde a década de 1990.

No campo ambiental, entidades do setor destacam que as áreas de produção contam com maior cobertura vegetal e políticas para evitar desmatamento.

O setor gerou 44 mil empregos diretos e recolheu R$ 17,8 bilhões em tributos no ano passado, segundo o SindiTabaco.

Com informações de Globo Rural

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