No Vale do Mucuri, região nordeste de Minas Gerais, pequenos pecuaristas registraram crescimento de 70 para 500 litros de leite por dia nos últimos cinco anos, um salto de 700% na produtividade. O avanço é atribuído ao Sebraetec FIV, iniciativa do Sebrae Minas que subsidia a fertilização in vitro (FIV) em bovinos.
Implantado em 2020, o programa atende cerca de 150 produtores. A tecnologia tem 70% do custo bancado pelo Sebrae/MG; os agricultores familiares arcam com o restante, o que viabiliza a adoção do melhoramento genético e consultorias em manejo e alimentação.
Índices acima da média nacional
Com a transferência de embriões, o Vale do Mucuri alcançou taxa de prenhez de 84,7%, superando o índice brasileiro para a cadeia leiteira. Segundo a analista Gabrielly Dayrell, do Sebrae/MG, o resultado decorre da parceria entre instituições e produtores. “No começo, oferecíamos uma tecnologia cara e pouco difundida. Eles confiaram e hoje colhemos bons números”, afirmou.
Impacto na propriedade familiar
O Sítio Irmãos Ribeiro, em Bertópolis, integra o Sebraetec FIV desde 2022. Proprietário da fazenda, Elias Joaquim Ribeiro Filho relata que, no primeiro ano, 50% dos embriões foram aproveitados. Em 2024, o índice de prenhez chegou a 100%, consolidando a expansão do rebanho e garantindo renda para a família.
Para Luiz Alberto Gonçalves da Cruz, presidente do Sindicato Rural de Machacalis, o e-mail que anunciou o programa representou “uma tábua de salvação” para a pecuária local, que enfrentava dificuldades antes da chegada da FIV.
Imagem: Leardo Moraes.
Com ganhos de produtividade, renda e perspectiva de sucessão familiar, os produtores do Vale do Mucuri pretendem manter os investimentos em genética e manejo orientado para sustentar o novo patamar de produção.
Com informações de Canal Rural
