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Produtores gaúchos devolvem áreas arrendadas para reduzir risco diante de nova estiagem

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O temor de mais uma seca no verão tem levado agricultores do Rio Grande do Sul a entregar parte das áreas arrendadas aos proprietários, numa tentativa de diminuir custos e exposição financeira após seguidos problemas climáticos.

Redução de até 40% em São Borja

Em São Borja, na fronteira com a Argentina, o produtor Fabricio Cecchetto comunicou a devolução de 320 dos 700 hectares que cultivava. “Vou reduzir a área em 40% neste ano”, afirmou. Na safra passada, ele perdeu metade da produção de soja por falta de chuva. Para mitigar novas quebras, instalou pivôs em 68 dos 212 hectares de terras da família, onde já semeou milho e pretende plantar soja. O plano de ampliar a irrigação esbarra no limite de crédito, reduzido pelo endividamento.

Santa Cruz do Sul corta um terço da área

Em Santa Cruz do Sul, Jair Luís Goettert devolveu 150 dos 500 hectares arrendados, recuo de cerca de 30% na área cultivada desde 2010. As lavouras de soja do produtor sofreram perda de 40% na safra 2024/25 pela estiagem, enquanto a colheita de 2024 foi prejudicada por enchentes, somando-se às quebras dos dois verões anteriores. Para a próxima temporada, Goettert pretende adubar menos, usar semente de menor custo e já se desfez de uma plantadeira. “Estamos enxugando o que dá; o produtor de soja gaúcho está muito descapitalizado”, relatou.

Pequenos também recuam em Jari

No município de Jari, o pequeno produtor Mateus de Vargas devolveu 15 hectares arrendados. Para liquidar dívidas da última seca, vendeu 20 das 28 cabeças de gado de corte e destinou a receita do tabaco para cobrir perdas na soja. “Chega um ponto em que é preciso parar a atividade porque não se colhe”, disse.

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Segundo os agricultores, as sucessivas estiagens e enchentes dos últimos cinco anos reduziram a capitalização no campo, dificultando investimentos em tecnologia e ampliando a cautela na próxima safra.

Com informações de Globo Rural

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