O mercado físico do boi gordo registrou nova queda nos preços da arroba ao longo desta semana.
De acordo com um analista da Safras & Mercado, o recuo é resultado das escalas de abate mais folgadas nos frigoríficos em boa parte do país, já programadas para o restante de setembro. A chegada de animais provenientes de parcerias, por meio de contratos a termo, foi determinante para essa folga nas escalas.
O mesmo especialista aponta o câmbio como fator adicional de pressão: a valorização do real, aliada a juros internos elevados, restringe espaço para altas de preço. Em sentido oposto, as exportações seguem dando sustentação ao mercado, com volumes “bastante expressivos” embarcados ao longo de 2025.
Para o coordenador de inteligência de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, a tendência até o fim do ano é de preços firmes, porém com fundamentos que limitam avanços mais robustos. “Até o fim de setembro ainda vemos fundamentos baixistas, com a indústria pressionando cada vez mais”, afirma.
Fabbri ressalta que o ritmo das exportações de carne bovina permanece acelerado em setembro, repetindo o comportamento dos meses anteriores. Contudo, a cotação do dólar no menor patamar de 2024 reduz a margem dos exportadores, diminuindo o potencial de pagamento maior ao pecuarista.
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Desempenho externo em setembro
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, nos primeiros dez dias úteis de setembro, o Brasil exportou 137,274 mil toneladas de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, gerando receita de US$ 771,121 milhões. As médias diárias ficaram em 13,727 mil toneladas e US$ 77,112 milhões, respectivamente, com preço médio de US$ 5.617,40 por tonelada.
Em comparação a setembro de 2024, houve avanço de 42,6% no valor médio diário exportado, aumento de 14,6% no volume médio diário e elevação de 24,4% no preço médio da tonelada.
Com informações de Canal Rural