Os pedidos de recuperação judicial apresentados por empresas ligadas ao agronegócio somaram 565 entre abril e junho deste ano, alta de 31,7% em relação ao mesmo período de 2023. O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira (29) pela Serasa Experian e representa o maior avanço já registrado para o setor.
A escalada foi puxada pelos produtores rurais que atuam como pessoa jurídica, responsáveis por 243 requerimentos no segundo trimestre, volume duas vezes maior que o observado um ano antes.
Entre companhias da cadeia de fornecimento, como revendedores de insumos, houve 102 solicitações, número 8,5% superior ao registrado no segundo trimestre de 2024.
Juros como fator de pressão
O relatório da Serasa não detalha as causas do aumento, mas advogados especializados relacionam o avanço às condições de crédito. Para Euclides Ribeiro Silva, a taxa Selic em torno de 15% ao ano torna inviável a atividade no campo. “Pagando juros de 15% ao ano, não há agronegócio que funcione no Brasil ou em qualquer outro país”, afirmou. Segundo ele, os processos atuais variam de R$ 2 milhões a R$ 5 bilhões, abrangendo pequenos e grandes produtores.
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Sinal de possível abuso
No sábado (27), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a equipe econômica avalia a possibilidade de uso indevido do instrumento de recuperação judicial em determinados segmentos, inclusive no agro.
Com informações de Canal Rural
