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Recursos para quitar dívidas rurais ainda não chegaram aos bancos, apesar de 1,2 mil pedidos enviados ao BNDES

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recebeu 1,2 mil propostas em 24 horas, entre quarta (16/10) e quinta-feira (17/10), para a nova linha de crédito destinada a liquidar ou amortizar débitos de produtores rurais. Mesmo com a forte adesão, os valores ainda não estão disponíveis nas agências bancárias, e o repasse aos agricultores deve levar semanas.

As operações têm caráter inédito: tratam-se de novos empréstimos para quitação de dívidas, e não de simples prorrogações ou renegociações. O processo depende do registro no Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor), administrado pelo Banco Central (BC). A instituição, porém, só deve liberar a funcionalidade na segunda-feira (20/10). Questionado, o BC não se manifestou.

Até agora, o BNDES já aprovou mais de mil operações. No entanto, o caminho até o dinheiro chegar ao produtor inclui reserva de recursos, geração de código para o Sicor, formalização de contratos, coleta de assinaturas, registro de garantias e, por fim, liberação dos valores primeiro aos bancos e depois aos clientes. Somente após esse percurso é que as dívidas inadimplentes são efetivamente saldadas. O status de adimplente, informado ao mercado financeiro, pode demorar mais de um mês para aparecer, segundo executivos de instituições financeiras.

Impacto na safra 2025/26

A morosidade preocupa produtores que buscam limpar o nome a tempo de contratar crédito para o custeio da safra 2025/26. Dirigentes de bancos estimam que muitos agricultores só terão a situação regularizada em dezembro, quando boa parte do financiamento da próxima temporada já estará contratada.

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Banco do Brasil e demais instituições

O Banco do Brasil, que dispõe de R$ 4,3 bilhões da nova linha, ainda não encaminhou propostas ao BNDES porque depende do registro no Sicor, apurou a reportagem. Outras instituições financeiras enfrentam a mesma limitação.

No total, o programa disponibiliza R$ 12 bilhões, distribuídos inicialmente entre 47 agentes financeiros. Produtores relatam que diversos bancos ainda não oferecem a modalidade nas agências.

Demanda elevada no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul, afetado por estiagens sucessivas e enchentes desde 2020, concentra parte expressiva da demanda. O Banrisul foi o primeiro a criar um fluxo interno específico para atender os pedidos de sua carteira, permitindo reservar recursos junto ao BNDES assim que o Sicor estiver operacional.

Sem a conclusão das etapas técnicas, entretanto, o dinheiro continua indisponível, e a quitação das dívidas rurais permanece em compasso de espera.

Com informações de Globo Rural

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