A resistência de parasitas aos vermífugos tradicionais se consolidou como um dos maiores entraves para a pecuária nacional, somando prejuízo estimado em US$ 14 bilhões por ano, segundo estudos citados pelo setor. O problema, até agora pouco debatido em comparação a temas como rastreabilidade e descarbonização, tem impacto direto sobre produtividade, custos e emissões de gases de efeito estufa.
Como a resistência afeta o rebanho
O uso repetido e indiscriminado de antiparasitários, especialmente os à base de ivermectina, favorece a seleção de vermes resistentes. Com isso, animais infectados:
- ganham menos peso;
- produzem menos leite;
- demoram mais para atingir o peso de abate;
- exigem mais gastos com medicamentos e mão de obra;
- apresentam maior risco de mortalidade.
Cerca de 50% das perdas financeiras atribuídas às parasitoses decorrem das verminoses. Além do impacto econômico, o prolongamento do ciclo produtivo eleva o consumo de recursos naturais e amplia a emissão de metano, comprometendo metas ambientais da atividade.
Medidas recomendadas
Para conter o avanço da resistência, especialistas defendem uma gestão sanitária integrada que inclua:
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- diagnósticos laboratoriais regulares para orientar tratamentos;
- rotação de princípios ativos;
- uso de endectocidas de nova geração.
A adoção desses protocolos, associada à cooperação entre produtores, indústria, instituições de pesquisa e políticas públicas baseadas em evidências científicas, é considerada fundamental para manter a rentabilidade e reduzir a pegada de carbono da pecuária a longo prazo.
Com informações de Globo Rural