O mercado internacional de soja foi agitado nesta segunda-feira, 17 de novembro, diante de rumores de que a China teria adquirido cerca de 1,3 milhão de toneladas do grão norte-americano, volume equivalente a 20 navios, de acordo com a consultoria Royal Rural.
A possibilidade de uma compra expressiva impulsionou as cotações na Bolsa de Chicago. Os contratos para entrega em janeiro subiram 2,91% e encerraram o dia a US$ 11,5725 por bushel.
Mesmo sem confirmação oficial, operadores destacam que o montante representaria cerca de 15% das 12 milhões de toneladas mencionadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após encontro com o mandatário chinês, Xi Jinping, no fim de outubro. Naquela ocasião, Pequim havia sinalizado a aquisição imediata de 250 mil toneladas.
Em entrevista publicada pela agência Bloomberg, Trump declarou que os chineses “farão muitas compras de soja”. A secretária da Agricultura, Brooke Rollins, reforçou à Fox Business que a China “começou a comprar um pouco” e que as negociações “estão avançando”.
Até o momento, contudo, o governo chinês não confirmou publicamente nenhum acordo nem detalhou volumes a serem importados.
Imagem: Claudio Neves
Para Ale Delara, sócio da Pine Agronegócios, o objetivo de 12 milhões de toneladas parece improvável. Ele lembra que a China mantém estoques recordes de 11 milhões de toneladas e teria de importar cerca de 300 mil toneladas por dia até o fim do ano, desafio considerado difícil de ser atendido por questões logísticas e operacionais.
Mesmo assim, analistas da Royal Rural ressaltam que o mero sinal de demanda concentrada já foi suficiente para alterar os preços, refletindo a sensibilidade do mercado a qualquer movimento entre Washington e Pequim.
Com informações de Globo Rural
