A poucos meses do início do plantio da safra 2025/26, a consultoria Safras & Mercado projeta que o Brasil colherá 180,92 milhões de toneladas de soja, volume 5,3% superior às 171,84 milhões de toneladas da temporada anterior e o maior já registrado no país.
O novo cálculo, divulgado nesta semana, supera a estimativa anterior da própria consultoria, que apontava 179,88 milhões de toneladas. A área semeada deve chegar a 48,21 milhões de hectares, incremento de 1,2% em comparação com 2024/25, enquanto a produtividade média tende a avançar de 3.625 para 3.771 quilos por hectare.
Custos e financiamento travam expansão mais robusta
De acordo com o analista Rafael Silveira, da Safras & Mercado, o aumento de área será moderado, pois custos mais altos e dificuldades de crédito devem limitar o uso de tecnologias avançadas.
Cenário regional
- Rio Grande do Sul: expectativa de recuperação produtiva, sem ampliação de área, dependente de clima regular.
- Centro-Oeste: manutenção da área cultivada, com perspectiva positiva de rendimento.
- Mato Grosso: possibilidade de avanço de área, porém com menor nível tecnológico, o que pode reduzir produtividade.
- Mato Grosso do Sul: projeção de recomposição das perdas registradas na safra 2025.
- Nordeste: previsão de expansão de área acompanhada de bons índices de produtividade.
Comércio exterior e esmagamento
A Safras & Mercado calcula que as exportações brasileiras de soja atinjam 105 milhões de toneladas em 2025 e 108 milhões de toneladas em 2026, alta anual de 3%. A projeção para 2025 foi revisada para cima em 1 milhão de toneladas.
O esmagamento deve crescer de 57 milhões para 58 milhões de toneladas em 2025 e alcançar 59,5 milhões de toneladas em 2026. Para as importações, a consultoria espera 150 mil toneladas no próximo ano e nenhuma entrada em 2026.
 
Imagem: Soja
Oferta, demanda e estoques
Com produção maior e aumento das exportações, a oferta total de soja em 2026 deve chegar a 188,29 milhões de toneladas, avanço de 8% sobre o ano anterior. A demanda é estimada em 170,9 milhões de toneladas, 3% acima de 2025. Assim, os estoques finais tendem a passar de 7,37 milhões para 17,39 milhões de toneladas.
Segundo Silveira, a demanda internacional, em especial da China, continua favorecendo o Brasil, já que o país asiático ainda não sinalizou compras significativas de soja dos Estados Unidos.
Com informações de Canal Rural
 
 