O pecuarista José Augusto, que atua no Norte de Minas Gerais, buscou orientação sobre o uso de touros da raça Santa Gertrudis em vacas meio-sangue Brahman x Tabapuã. A dúvida foi respondida no quadro Giro do Boi Responde, do programa televisivo Giro do Boi.
Ao comentar o caso, o zootecnista Alexandre Zadra afirmou que a escolha do Santa Gertrudis é “ótima” para esse tipo de matriz, pois resulta em animais tropicalizados com alto desempenho a pasto.
Composição genética
O Santa Gertrudis é classificado como raça bimestiça, formada por 5/8 Shorthorn e 3/8 Brahman, sendo a mais antiga do mundo nesse conceito. Quando acasalado com fêmeas Brahman x Tabapuã, o produto final fica com 31% de sangue europeu e 69% zebuíno.
Vantagens produtivas
Segundo Zadra, os bezerros oriundos desse cruzamento:
- mostram boa adaptação ao calor do Centro-Norte do país;
- apresentam ganho de peso expressivo em regime exclusivamente a pasto;
- são praticamente arcaicos, ou seja, sem o cupim proeminente típico de algumas raças zebuínas, mas mantêm rusticidade e força.
O especialista explicou ainda que animais bimestiços com cerca de 62% de sangue europeu costumam demandar conforto térmico, mas, no caso desse cruzamento, o predomínio zebuíno garante maior resistência climática.
Imagem: Reprodução.
Monta natural e heterose
Zadra destacou que a monta natural com touros Santa Gertrudis funciona bem em piquetes menores, onde os reprodutores percorrem distâncias reduzidas. Quando usados sobre vacas Nelore puras, esses touros geram heterose total; em matrizes já cruzadas, o ganho genético continua elevado.
Para o criador mineiro, a recomendação deve resultar em um lote padronizado e de peso elevado, permitindo introduzir sangue europeu sem perder a adaptação ao clima tropical e com perspectiva de maior rentabilidade.
Com informações de Canal Rural
