São Paulo — O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Campos, classificou como “muito positiva” a suspensão preventiva da Moratória da Soja determinada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na terça-feira, 19 de agosto de 2025.
Em conversa com jornalistas nos bastidores de um evento organizado pelo Santander, Campos afirmou que a medida “traz clareza sobre o que é permitido pela legislação brasileira”.
Entenda a moratória
Firmado em 2008, o acordo voluntário envolvia grandes tradings exportadoras e proibia a compra de soja cultivada em áreas desmatadas na Amazônia Legal após aquele ano. Segundo o secretário, a iniciativa respondia a pressões de compradores externos. “Mais uma vez, uma imposição de fora do mercado, dizendo o que podia e o que não podia ser feito”, declarou.
Impacto na imagem do país
Campos minimizou possíveis danos à reputação do Brasil no exterior. De acordo com ele, “sempre farão algo para dar uma segurada no Brasil”, referindo-se a críticas recorrentes de parceiros comerciais. O secretário comparou as exigências internacionais com ações já adotadas internamente, citando incentivos a biocombustíveis e programas de logística reversa.
EUDR em pauta
Questionado sobre a Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR), Campos disse acreditar que a suspensão da moratória “não será um problema” para atender às novas regras europeias. “É possível solucionar conversando”, afirmou. Para ele, o país está preparado para cumprir as exigências, mas destacou que cada meta cumprida costuma vir acompanhada de novas demandas, o que, na sua visão, eleva a complexidade do processo.
Imagem: Wenders Araujo
O Cade ainda não definiu prazo para conclusão da análise sobre a Moratória da Soja.
Com informações de Globo Rural
