Uma ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta sexta-feira (14), determinou a redução de tarifas sobre café, carne, frutas e açaí importados. O ato foi recebido como sinal de possível flexibilização de barreiras comerciais que hoje limitam a entrada de produtos brasileiros no mercado norte-americano.
Café aguarda definição sobre qual tarifa cairá
Os Estados Unidos são o principal destino das exportações de café do Brasil. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), atualmente incidem duas alíquotas sobre o produto brasileiro: uma base, de 10%, e outra adicional, de 40%, aplicada sob o Artigo 301 da legislação norte-americana.
Em nota, o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, afirmou que a entidade “avalia cuidadosamente” o alcance da ordem executiva para entender se a redução afetará a tarifa de 10%, a de 40% ou ambas. “Estamos em contato com nossos pares nos Estados Unidos para compreender o cenário e voltaremos a nos pronunciar tão logo tenhamos os devidos esclarecimentos”, declarou.
Carne bovina vê possibilidade de retomar competitividade
Para o setor de proteína animal, o anúncio também foi considerado um avanço. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa, disse à CNN que a medida sinaliza abertura à negociação e pode restabelecer a competitividade da carne brasileira nos EUA.
Perosa destacou que ainda não está claro se a redução contemplará a tarifa base de 10%, a adicional de 40% ou ambas, mas avaliou o gesto como “um marco importante para retomar o fluxo comercial direto entre Brasil e Estados Unidos, especialmente para produtos bovinos”. Segundo ele, cortes de dianteiro, carne moída, hambúrgueres e itens processados seriam os primeiros a se beneficiar de um custo de entrada menor.
O dirigente atribuiu o avanço a tratativas diplomáticas recentes, que incluíram encontros de alto nível entre os governos dos dois países. “É a primeira sinalização concreta de que o fluxo comercial pode ser retomado em condições justas. O Brasil tem oferta, qualidade e competitividade para disputar esse mercado novamente”, afirmou.
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Próximos passos
Tanto Cecafé quanto Abiec adotaram tom de cautela e aguardam a publicação completa da ordem executiva, bem como o detalhamento dos percentuais que serão efetivamente reduzidos. Técnicos das duas entidades mantêm diálogo com autoridades norte-americanas e com o governo brasileiro para compreender os próximos passos.
Apesar das indefinições, o clima no agronegócio é de otimismo. A eventual diminuição das tarifas pode ampliar as exportações de café, carne e outros alimentos para um mercado com alta demanda e grande capacidade de absorção.
Com informações de Canal Rural
